O artigo do sr. Teles que surgiu ontem em Portugal e constitui mais um ataque descabelado ao legítimo governo de Angola, onde se sente a mãozinha de Isabel dos Santos, não é o primeiro, nem o último da contínua agressão que se produz em Portugal contra Angola.
Há longos meses que Portugal e o seu governo deixaram que o país se transformasse numa plataforma impune de agressão sistemática ao poder político democrático de Luanda.
Qualquer investigação amadora comprova que não se está perante o normal exercício da liberdade de expressão e informação, mas perante uma coordenada ofensiva orientada pelos dinheiros sujos de Isabel dos Santos, Manuel Vicente e vários outros. Basta ver os testas-de-ferro portugueses que abundam nas compras de meios de comunicação em Portugal, a ação de agências de imagem, consultores e advogados.
É evidente que Angola tem de reagir. Não pode continuar no silêncio que até aqui tem sido a tónica da sua reação à agressão vinda de Portugal.
Em primeiro lugar, há que identificar publicamente advogados, consultores, publicistas e demais agentes de influência de Isabel dos Santos que estão a agir a partir de Portugal. Por exemplo, a propósito da história do hotel que esta quase conseguiu construir em Lisboa. Há que apurar quem foram os advogados, consultores, etc., e verificar que fundos receberam. Provavelmente, serão culpados de branqueamento de capitais. Quem recebe dinheiro de Isabel dos Santos é cúmplice de branqueamento de capitais. Isso devia ser levado até às últimas consequências.
Infelizmente, e ainda hoje a nova Bastonária da Ordem dos Advogados portugueses reconhece isso, Portugal ” tem um problema de corrupção grave”. E boa parte dessa corrupção grave provém dos “velhos” dinheiros branqueados de Angola. Enquanto, os cúmplices portugueses não forem implicados, os mecanismos de agressão vão continuar.
Mas a justiça criminal não basta para terminar este ataque a Angola.
É tempo do governo angolano chamar o seu Embaixador em Lisboa e promover uma série de iniciativas diplomáticas que comprovem o seu desconforto com a agressão neo-colonial.
Diminuir os encontros entre governos, apresentar um protesto em Lisboa no ministério dos Negócios Estrangeiros, levantar o assunto na CPLP e quem sabe, na ONU, invocando que Portugal está a permitir ofensivas neocoloniais no seu território contra Angola, são formas de manifestar a posição de Luanda face a este despudorado e sistemático ataque às instituições de um país livre e democrático que está a ser conduzido a partir de Lisboa.
Agir é preciso. Terminar a agressão vinda de Portugal é um imperativo nacional.