Faleceu na passada sexta-feira em Luanda Gelson Caio Manuel Mendes (‘Nagrelha’), conhecido cantor de Kuduro. Nagrelha auto-intitulava-se o “estado-maior” do kuduro, e é um dos músicos mais influentes da música nacional e movimentava multidões nas ruas e palcos do País.
Aliás, o Governo da Província de Luanda (GPL), decidiu suspender todos os funerais marcados para hoje, no Cemitério da Santa Ana, devido ao funeral do músico que será realizado nesta terça-feira. o GPL esclarece que as medidas preventivas de segurança tomadas pelas autoridades prendem-se com a dimensão que o artista atingiu e pela estimativa de mais de 15 mil participantes no dia do seu funeral.
No mês de Junho, o kudurista “Nagrelha” esteve internado numa das unidades hospitalares, em Luanda, tendo depois viajado para a cidade do Porto, em Portugal, para tratamento, devido a problemas respiratórios.
Em 2012 casou-se com a dançarina Weza Mendes, ex-integrante do agrupamento as “Foguentas”.
Nagrelha tinha sido o vencedor da 1ª edição do reality show angolano “Luta Pela Fama” e recebeu como prémio uma residência de tipologia T3, no condomínio Infinity Gold, localizado em Luanda.
Ele era também conhecido como “Nanã”, e iniciou a sua carreia artística em 2003 no grupo “Os Lambas” também designado “Os Demónios do Sambizanga”.
Filho de pai santomense e de mãe angolana, cresceu em casa da avó materna e foi criado pela mãe e pelos tios no bairro do Sambizanga.
O emblemático cantor foi autor de vários temas de sucesso como “Não me Tarraxa Assim”, “Wamona”, “Katronga Violenta”, “Dizumba Grande”, “Banzelo”, “Toque do Nana”, “Comboio”, “Provou e Gostou”, de entre outros temas musicais.
Em 2017, Nagrelha lançou o seu primeiro álbum a solo intitulado “Arquitecto da paz” em homenagem ao Presidente da República José Eduardo dos Santos.
Pai de quatro filhos, Naweza, Otchai Nahara e Mirelson, o kudurista construía a casa dos seus sonhos, no bairro onde nasceu e cresceu.
Nagrelha deixou-nos prematuramente com apenas 36 anos, mas as suas músicas permanecerão para sempre na memória do povo angolano.