Não há dia que não surja uma maledicência. Ou é um ataque a um ministro (muitas vezes colocam-se a jeito) ou é aos tribunais, ou às nomeações para a banca, ou é o aplauso a uma greve ou a outra greve. A palavra-chave é instabilidade.
As forças que se opõem ao governo apostam na instabilidade permanente e diária. Pequenos casos que corroem a confiança nas instituições. Isto não acontece por acaso. Existe uma estratégia das elites que apoiaram a rapina santista e que agora se vêm desapossadas. Os maestros são vários, as manas (obviamente), antigos ministros que se passeiam impunes por Luanda, ditos activistas que vivem a soldo.
A realidade não se engana e é só uma. Enquanto, o mundo aplaude a luta contra a corrupção (apesar dos atrasos e singularidades de um PGR sonolento e de tribunais mal preparados), enquanto, o investimento anunciado é de milhares de milhões de dólares, enquanto o Presidente é recebido com respeito e honra pelo mundo fora, e se aposta nas suas capacidades para acabar com a anunciada guerra RDC-Ruanda, enquanto isso, em Luanda cultiva-se o mal, a calúnia, a difamação, o medo de ver um país em progresso.
Há obviamente um concerto do medo impulsionado pelas velhas elites. O que fazer face a esta constante guerrilha?
Os remédios tradicionais da tolerância num estado de direito democrático têm de ser substituídos pela protecção da democracia desenvolvida pelos alemães após a Segunda Guerra, quando um regime democrático é atacado, ele tem de se defender, não deixar que as suas liberdades sirvam para o afundar.
Assim, a protecção da democracia e não o papaguear de liberdades vazias deve ser a estratégia do governo para combater estas elites do afundamento do país.
Proteger a democracia é criar uma Alta Autoridade contra a Corrupção com poderes alargados de prisão e apreensão de bens, que actue rapidamente.
Proteger a democracia é acabar com as imunidades e impunidades e levar a julgamentos rápidos todos os prevaricadores.
Proteger a democracia é reforçar a mensagem do partido do governo e livrá-lo dos elementos sabotadores.
Proteger a democracia é não transigir mais com a maledicência e aplicar o Código Penal.
Proteger a democracia é não deixar que a história se repita com ministros corruptos e negócios mal-explicados.
Se não é agora que Angola entra numa senda de progresso não será nunca.