“O Governador”, livro editado hoje em Portugal pelo antigo líder do Banco de Portugal, veio adensar as suspeitas, senão certezas, da promiscuidade mal disfarçada da teia fraudulenta que se engendrou entre corruptos angolanos e portugueses.
De governantes a empresários ao mais alto nível, de banqueiros a escritórios de advogados e juristas, tiveram em Angola uma década de impunidade incentivadora de uma saque fraudulento que proporcionou o enriquecimento ilícito assentes em fortunas incalculáveis.
Os números são astronómicos, dos marimbondos ao BESA de Álvaro Sobrinho, da UNITA ao Banif de Fátima Roque, dos monopólios dos seguros de Carlos São Vicente, ao absolutismo da Casa Militar de Kopelipa, da ascensão mirabolante de Isabel dos Santos ao Fundo Soberano de Zénu, a subtração de milhares de milhões de dólares do Erário Público, deixou o País de cócoras, quase ingovernável para João Lourenço, que, infelizmente, teve a marcar passo o laxismo e cumplicidade do atual PGR.
Não obstante a formidável recuperação económica, moral, ética, e da estabilidade e probidade protagonizada pela determinação do Presidente da República, há ainda muito por fazer no apuramento das verdades, quanto mais não seja, para que nunca mais se torne a repetir.
Os mistérios que emergem de Isabel dos Santos são infindáveis e muitos deles insondáveis, a par de Manuel Vicente e Kopelipa, lideraram a “Máfia Instalada” no poder em Luanda até 2019, como artífice dos rastos obscurecidos e até impenetráveis, surge agora no livro Fernando Teles, o banqueiro que alimentou a ouro grandes escritórios de advogados em Lisboa.
Mas há também uma parte significativa esquecida ou camuflada, há marimbondos na UNITA, a herança de Jonas Savimbi, a venda das reservas de ouro e diamantes, envolvem muitos milhões que circularam pelo BANIF, pelo Loyds Bank London, e bancos sul africanos e das Ilhas Maurícias. Afinal também foi muito dinheiro saqueado de Angola oriundo de recursos naturais clandestinos. Querem nomes?
João Lourenço inicia esta semana uma rara viagem de um Presidente Africano à Noruega, país que mais investe em todo mundo. Em Oslo vai assinar protocolos de cooperação só possíveis com países democráticos, com avanços sociais, com estabilidade e confiança, desideratos que os angolanos beneficiarão na avalanche de progresso que se perspectiva para 2023.
Nunca na sua existência Angola teve pela frente um futuro tão risonho para os jovens, nunca um governo abriu as portas a oportunidades de agarrar o futuro, começam a ser muitas as opções e descentralizadas, cabe a cada um e a todos fazer a Sociedade pular e avançar em busca do amanhã dos nosso sonhos.