Nada é certo e se olharmos para a história da sobrevivência da UNITA, tudo é previsível e o amanhã tem sempre reminiscências do passado.
Gorada a conquista do Poder, estratégias calculadas reduziram-se a escombros, e à boa maneira do Galo Negro, começou a caça às bruxas.
Qualquer sinal contraditório assume estatuto de crime e traição, Francisco Viana foi crucificado por desobediência ao ódio partidário, mas foi também arma de arremesso contra a estratégia de ACJ e a sua FPU, que comeu a inteligência da UNITA com molho de tomate.
Os ministeriáveis que no pressuposto da vitória garantida rejeitaram lugar de deputados, simularam afastamentos, remeteram-se ao silêncio, até que foi marcada uma reunião para Dezembro, em que estará em jogo um novo rumo para o Partido e a sua liderança.
Há 20 anos que digladiam duas facções internas, lideram-nas Isaías Samakuva e Lukamba Gato. Com a queda iminente de ACJ e a postura objetiva de liderança de Nélito Ékukui, os beligerantes eternos desembainharam baionetas, limpam as espingardas, afiam os sabres, e tentam já ocupar o espaço perdido, o SOVISMO atrai o sonho autárquico, e mais uma vez, já se fazem contas antecipadas de conquistas.
Este fundamentalismo psicopático, carente de terapia psiquiátrica, assanha o pensamento e revela a permanente postura subversiva de um Partido que apenas se baseia em assaltar o Poder.
O epíteto de traidor está lançado, ACJ perdeu a oportunidade de liderar uma Oposição responsável e constituir-se como alternativa em 2027, sonhou alto e cedo revelou não ter o mínimo de discernimento para governar, e enquanto político vai sucumbir às contradições e questiúnculas da própria UNITA.
Uma coisa é certa, Independentes na UNITA acabaram, ou é ou não é.