Moco de volta

ByTribuna

27 de Setembro, 2022

Depois de andar desvairado a conceder entrevistas à imprensa estrangeira onde anunciava que estava em curso um golpe de estado em Angola, o que ninguém levou a sério e considerou um espasmo de uma mente envelhecida, Moco reapareceu nas redes sociais com mais um dos seus textos de sabedoria enlatada.

Este último texto é curioso pois revela um Moco totalmente alinhado com a UNITA de Adalberto, mostrando os tiques autoritários emergentes.

O que vem Moco dizer?
Em primeiro lugar, as acusações do costume contra o MPLA, ameaçando com a fúria das ruas que supostamente Adalberto e os seus aliados não conterão, se o MPLA não fizer aquilo que a UNITA manda.
Esta parte do escrito de Moco é surpreendente pela falta de senso e sentido do que é uma democracia. Moco quer que o partido vencedor se submeta ao vencido sem o que ameaça com arruaças. Este pensamento que está inserido nas mentes dos dirigentes da UNITA é perigoso. Ou têm o que querem ou ameaçam com a rua. Chega desta falsa chantagem.

Depois Moco troca-se e vira-se contra os activistas que apoiaram a UNITA e agora contestam as posições do bacharel Adalberto. Para Moco a sociedade civil boa é a que apoia sem condições Adalberto, a outra, preocupa-se com o acessório.
Vejamos o raciocínio abrilhantado de Moco. A sociedade que diz sim a tudo o que o bacharel Adalberto faz, merece elogio por se preocupar com o essencial, a sociedade que duvida, contesta e discute, merece censura porque se preocupa o que é secundário.
Estamos esclarecidos.

E qual o pecado da sociedade civil secundária? É simples, pedir que a UNITA apresente as Actas que lhe dão a vitória que reclama. É que como David Boio já escreveu, a UNITA invoca uma vitória, mas não apresenta as Actas completas que lhe dão essa vitória. A verdade, acrescentamos, é que não as apresenta porque não as tem, não existem.

Moco vem dizer que não compete à UNITA apresentar Actas. Tem razão. A única contagem válida é a da CNE onde a UNITA tem os seus representantes, e essa contagem deu a vitória ao governo. Cada vez é mais nítido que a UNITA fez barulho sem razão, sem provas, o que Moco vem agora confirmar.

Finalmente, Moco termina com outro assunto desgastado, o da revisão constitucional. Compete à UNITA apresentar as suas propostas concretas no foro adequado que é a Assembleia Nacional, e deixar a conversa fiada, plena de abstrações e sem conteúdo.

Moco perdeu a sua aposta.