Pablo Mazarrasa: conspirador não autorizado da União Europeia

ByTribuna

2 de Setembro, 2022

Vamos ser muito claros: há uma conspiração externa, naturalmente, com suporte doméstico, para desestabilizar Angola em virtude da luta contra a corrupção iniciada por João Lourenço. Demasiados interesses e ligações clandestinas foram afectados, daí que correntes subterrâneas engrossem e desaguem com o único intuito de afogar o governo legítimo do país.

Um dos actores centrais dessa actividade clandestina é Pablo Mazarrasa Rodriguez, que desde 2019, acumula as funções de responsável pela Imprensa, Informação e Assuntos Políticos da delegação da União Europeia em Angola. É o guardião do sistema da União Europeia em Angola, inamovível, face às mudanças de Chefes das Missões da UE.

Mazarrasa é espanhol e está em Angola desde 2013. Tem formação em jornalismo e trabalhou com Gordon Kricke, Tomas Ulicny e, actuamente, com a Embaixadora Jeannette Seppen, somando três Chefes de Missões da União Europeia em Angola.

Em Angola, Mazarrasa tem criado uma rede vocacionada para a subversão de ordem constitucional democrática, cultivando fortes ligações com Paulo Faria, eleito deputado à Assembleia Nacional pela lista da Unita.

Em 2014, Paulo Faria fundou a Associação Angolana de Ciência Política (AACP), legalizada em 2016, uma organização que apareceu disfarçadamente com a capa académica, mas que rapidamente foi usada para promover os seus interesses políticos com a Unita, e tem como gestor principal das suas páginas nas redes sociais o seu pupilo, Hittler Samussuku, um dos candidatos a deputado não eleito na lista da Unita.

Faria também foi fundador do Movimento Mudei, Ambuila e organizador do Congresso da Nação que sob a capa da sociedade civil pretendeu ser um agregador das elites descontentes do MPLA para a UNITA.

Em todas estas actividades contou sempre com a mão invisível de Mazarrasa, o “hombre” (como carinhosamente o trata) na concepção dos seus instrumentos políticos. Pablo Mazarrasa acompanha de perto os desenvolvimentos de todos os projectos de Faria e apoia na sua materialização.

A ligação a Mazarrasa a Paulo Faria tem sido a garantia de patrocínios, muitos dos quais, feitos de forma informal, pessoalmente ou por via de contas bancárias subterrâneas com vista a desenvolver uma agenda subversiva e desestabilizadora.

Curiosamente Faria e Mazarrasa, ambos vivem separados à distância de um braço, no bairro Maculusso, a poucos metros da embaixada da (UE). Faria é “casado” com uma cidadã espanhola, também funcionária da delegação.

Com a aproximação das eleições de 24 de Agosto, o seu envolvimento mais directo com a UNITA aumentou e uma das suas responsabilidades foi influenciar as apreciações da delegação europeia sobre Angola e garantir que as informações fluíam entre a UNITA e a UE, organização considerada determinante por Adalberto Costa Júnior, aliás, a primeira que visitou como Presidente da UNITA, em 2019.

No dia 10 Maio, Pablo Mazarrasa terá feito lobby pró UNITA na delegação da União Europeia. Ao seu amigo Faria, no âmbito do Movimento Mudei, garantiu a presença de Jeannette Seppen como a prelectora de um evento cujo fito era pressionar a responsável máxima da delegação – que durante as eleições chefiou, com a assistência directa de Mazarrasa, a Missão de Peritos da União Europeia, composta por dois peritos do Serviço de Acção Externa, que é uma espécie de Ministerio das Relações Exteriores da União Europeia. Foi um evento onde os participantes que intervieram, na sua maioria, eram activistas militantes ou simpatizantes da UNITA, que apelaram à Delegação para pressionar as instâncias de Bruxelas no sentido de fazer ingerência nos assuntos internos de Angola, o que obviamente, terá deixado indignada a embaixadora, que reconhece as reformas em curso no país, a importância da manutenção de uma parceria assente no respeito, e entende, portanto, que a União Europeia não deve fazer esse tipo de interferências, pois Angola é um Estado soberano.

Ainda no rescaldo dos encontros aludidos acima, no dia 15 de Agosto, nove dias antes das eleições, Mazarrasa convenceu a Embaixadora a receber cabos da UNITA (Laurinda Gouveia, Osvaldo Caholo) travestidos de membros da sociedade civil que, orientados pela direcção da UNITA, já falavam que impugnariam as eleições.

O que temos aqui é um agente da subversão europeia municiado de fontes variadas de financiamento que se aliou à UNITA para desestabilizar Angola, e tenta levar a Embaixadora da União nessa senda, o que no mínimo dos mínimos desrespeita o direito internacional e as regras de sã convivência entre os estados soberanos.