Os equilibrismos de Adalberto

ByTribuna

2 de Setembro, 2022

A seriedade e sentido de Estado têm de voltar ao debate político.

A UNITA está com um discurso duplo. À segunda-feira diz que as eleições não são transparentes, à terça-feira diz que tem dados que lhe dão a vitória. Isto é contraditório. Ou não há eleições transparentes e assim não há dados. Ou há eleições transparentes e há dados.

O problema que se está a acentuar dia após dia é que a UNITA está a ser pressionada pelos demónios que libertou a contestar sempre as eleições e não aceitar a derrota.

São as forças estrangeiras e os activismos internos que não querem a paz, mas a confusão para serem absolvidos dos seus crimes ou terem impunidade para saquear que tomaram a UNITA como refém. Isto é perigoso.

O que quer a UNITA e Adalberto nos seus discursos?

Algo de impossível e isso sim, totalmente opaco e o contrário de transparente. Querem que os resultados oficiais não sejam os da CNE mas os apurados pela UNITA e pelo organismo do Luaty Beirão.

Em algum país os resultados eleitorais oficiais são os contados pelo partido da oposição?

Não, pois não sabemos como foram contados, quem os contou, e mais, quem financiou a contagem. Aqui sim, não há transparência.

E quanto à associação do senhor Beirão. Ela não existe, é um ente ilegal, não sabemos o seu financiamento, não sabemos o que andou a fazer, nem o senhor Beirão foi alguma vez um técnico de sondagens.

É ridículo pretender-se que seja a UNITA e um suposto movimento a ela ligada (e já há fotos de ambos reunidos a acertar resultados) sejam os determinantes dos resultados.

Nunca a CNE e os resultados oficiais foram tão escrutinados e debatidos em público.

Ao contrário do que dizem os imbecis úteis do costume, nunca houve umas eleições tão transparentes como estas e com tanta liberdade de expressão.

Portanto, os posicionamentos de Adalberto não têm sentido, começam a ser uma ameaça ao Estado de Direito quando quer impor à CNE e ao Tribunal Constitucional o que devem fazer.

São também uma ameaça à independência nacional pelas referências que faz ao diálogo com embaixadores de países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com outros países com relacionamento relevante com Angola.

Há que haver um limite para esta tentativa de permanente instabilidade.