Cinco supostas organizações da sociedade civil angolana representadas por 24 pessoas resolveram escrever ao Senado norte-americano a apoiar uma resolução que este ia tomar em relação às eleições angolanas. Fizeram uma bonita carta em inglês e encarregaram-se de divulgar pela imprensa portuguesa que organizações da sociedade civil angolana apoiavam o Senado americano.
Isto não passa de uma brincadeira eleitoral, mas é preciso desmascarar estas falsas iniciativas da sociedade civil.
Em primeiro lugar, estão a atribuir ao Senado americano uma intenção que este não tem, nem pode ter, que é de interferência no processo eleitoral de um país soberano. Infelizmente, para o mundo civilizado nem as eleições americanas têm sido um exemplo de transparência, que lhes permita fazer missionação nos outros países, pelo contrário, basta ver as alegações do antigo Presidente Trump e o estranho apoio que têm, nem os Estados Unidos querem andar a meter-se noutros países. Já lhes chegou o Afeganistão, Iraque, Vietname etc. Sejamos sérios. São os angolanos que têm de resolver os seus problemas, obviamente, com alianças externas, mas sem servilismos.
O que estas supostas organizações estão a propôr é um novo colonialismo mal-disfarçado. Querem chamar o estrangeiro para corrigir os nativos. Esse tempo colonial já passou, embora os signatários da dita carta não devam saber, pois muitos deles não vivem em Angola…
E quem é esta gente que se arroga de representar 30 milhões de pessoas? Na verdade, não se representam a ninguém senão a eles próprios e a meia-dúzia de amigos na imprensa portuguesa. Estas organizações na sua maioria não existem ou estão sedeadas no estrangeiro. Não são angolanas, mas lobbies estrangeiros financiados por outros países sem reconhecimento em Angola. Ou então não passam de marcas de senhores simpáticos que nada mais têm que fazer senão dizer mal.
Não estamos perante ONGs mas perante umas pessoas que alinharam com a Unita e as manas Santos e criaram várias organizações que nada fazem a não ser constituírem braços barulhentos da Unita-ACJ para derrubar o governo.
São falsas ONGS. Aliás basta olhar para os 24 nomes, para se perceber que ou não se sabe quem são ou são pessoas que de uma forma ou outra fazem campanha pela Unita.
O que estamos aqui a ver é uma tentativa de instrumentalização dos Estados Unidos e da sociedade civil angolana para alcançar os objectivos da Unita-ACJ.
O que temos, no fim de contas, é a Unita- ACJ disfarçada a fazer barulho.
A carta ao Senado não é da sociedade civil angolana, é da Unita e das manas Santos. As organizações não existem ou estão no estrangeiro, e nunca, em tempo nenhum, 24 pessoas representaram 30 milhões.
Como remate é preciso não esquecer que a última vez que os EUA quiseram intervir em Angola a favor da Unita, só houve morte e violência.
Hoje há uma relação salutar com os americanos e é isso que se quer manter. Não se criem mal-entendidos.