Ismael Mateus in Facebook
Agora que faltam poucos dias para a eleição, já não espero nenhuma novidade. Os discursos todos já foram feitos e em relação ao combate à corrupção; não houve nenhuma alteração na percepção que eu já trazia aquando do início da campanha.
Para mim, o combate à corrupção sempre foi a prioridade. Ao longo do meu percurso como pessoa com opinião publica condenei os excessos da corrupção instalada no país. Lembro-me com muita frequência do modo como as empresas públicas eram tomadas directamente ou controladas de fora por um pequeno grupo de pessoas. Lembro-me da forma como os ministros abriam alas, prestavam vassalagem a pessoas que não eram do governo, fossem eles uns miúdos cheios de poder ou pessoas de uma Entourage de Donos de Tudo Isto. Lembro-me da necessidade de bilhetes de QI (quem indica) para empregos, já que muito raramente havia concursos públicos de ingresso. Lembro-me dos negócios, sempre com os mesmos e sem concursos públicos nem transparência. Lembro-me do nepotismo e do cabritismo elevados a comportamentos normais e institucionais.
Lembro-me dos miúdos filhinhos de papai que se exibiam nas noites de Luanda e nas noites europeias, esbanjando o dinheiro roubado, fazendo exibição de posses conseguidas pelos pais a partir do saque que estava a ser feito ao país.
Por mais críticas que queiramos fazer ao actual presidente, esses tempos acabaram. Acabaram os filhinhos de papai. Acabou o assalto descarado contra os cofres do Estado. Acabou a impunidade. O cabrito que come onde está amarrado, morreu. Acabou todo o exibicionismo, todo o novo riquismo que nos era dado a ver com sarcasmo e arrogância nos anos que se seguiram à paz.
Tenho plena consciência que ainda andam por aí novos marimbondos, uma nova e velha gente que continua com as práticas de corrupção, mas nada disso se compara com o passado. Não posso dar o meu voto a quem nos oferece a possibilidade de um regresso aos velhos tempos, que sempre critiquei.
Isso, para mim, faz toda a diferença. ‘É a diferença entre, por um lado, quem pretende combater a corrupção e todo o passado que já vivemos e, por outro, quem se alia com os que dilapidaram o país e podem tranquilamente trazer de volta os velhos tempos do cabritismo, impunidade e saque aos cofres. Esta é a diferença que determina o meu voto.
Em coerência, não posso votar diferente. Voto 8.
Não podemos regredir ao pior momento do país, depois da guerra.
Obs: Não quero discutir com ninguém e nem está nada em discussão. Respeite se faz favor.