Os redactores de serviço tentam sempre transformar as boas notícias em más.
O último caso refere-se às afirmações do embaixador dos EUA a propósito de Angola e da evolução muito positiva que o país tem tido. O embaixador não poderia ter sido mais caloroso: “Só não vê, quem não quer”.
Logo surgiram nas redes digitais, capitaneados pelo sempre prestável Club-K, umas explicações ao contrário, anotando um comunicado depois emitido pela embaixada.
Demonstra que o pior cego é o que não quer ver.
O embaixador dos EUA não é inexperiente, nem um patarata. É um diplomata de carreira, muito vivido, quando enalteceu os feitos do governo e povo de Angola sabia o que estava a fazer. Aliás, veio no mesmo sentido do seu Presidente, Joe Biden, que uns dias antes tinha anunciado um investimento bilionário dos EUA em energias renováveis em Angola, ou do Secretário de Estado, Blinken, que anunciou ir visitar a África Central em breve para emparceirar nos esforços de Angola para garantir a paz entre a República Democrática do Congo e o Ruanda.
Os EUA apoiam uma evolução no sentido do combate à corrupção e reforma económica assente em mercados livres. É isso que João Lourenço fez. E diga-se a propósito, Adalberto já anunciou que não vai fazer, tendo tornado sua política oficial o fim do combate à corrupção, que chama de vingança contra José Eduardo dos Santos. Uma parvoíce.
Mas voltando aos EUA, é evidente que disseram o que queriam dizer, quando queriam dizer. O comunicado subsequente faz parte das regras diplomáticas e de relações internacionais. Uma espécie de manto do politicamente correcto para garantir a neutralidade oficial do país, mas não altera em nada a postura do governo americano e do seu embaixador.
Os redactores do José Gama não percebem, ou fingem que não percebem, os meandros formais da diplomacia internacional e tomam a parte pelo todo, além de inventarem.
A realidade é bem óbvia. Os EUA apreciam os esforços e progressos feitos pelo Presidente João Lourenço. Obviamente sabem que não se muda num dia tudo, e querem, como todos, eleições livres em todo o mundo, mas o essencial foi dito pelo embaixador. Só não vê quem não quer.