Ditadores na oposição

ByTribuna

7 de Junho, 2022

Em Angola, a tirania não está no governo. Nunca houve uma tão grande liberdade de expressão, mesmo de maledicência sobre o Presidente, como agora.

Mas ao contrário da prática libertadora, por vezes excessiva, da expressão promovida pelo governo, a oposição funciona ao contrário e quer calar todos os que não concordam com eles.

As redes sociais são um exemplo. Há um exército de robots pagos pela UNITA-ACJ prontos a atacar de forma violenta qualquer manifestação de apoio ao governo, e pior do que isso, qualquer demonstração de independência e imparcialidade. O que se vê nas redes sociais em termos de comportamento abjecto dos apoiantes/ robots de ACJ é tão mau, que só podemos ter medo se alguma vez esta gente saísse do virtual para a realidade. Seria um massacre.

Contudo, a agressividade tirânica da oposição não fica por aí. Na UNITA tem-se procedido a uma expulsão total e completa de vozes discordantes do poder totalitário de ACJ. A lista de militantes suspensos e expulsos é longa. Só em Janeiro passado foram expulsos oito altos quadros da UNITA por se oporem a ACJ. Samakuva auto-exilou-se em Londres para evitar mais ofensas por parte dos Adalbertistas. Mesmo Mihaela Webba que, apesar de tudo, ainda tem algum senso legal, foi calada e só intervém raramente em modo excitado, obviamente com medo do que lhe aconteça.

No Bloco Democrático a mesma perseguição acontece em relação a Américo Vaz, o candidato derrotado por Filomeno Lopes nas últimas eleições. Vaz também foi expulso.

Temos aqui perseguição política interna fascizante, daqueles que fingem que são democráticos. Não são, querem instituir uma ditadura pessoal.

É isto que devia preocupar os estrangeiros que mais uma vez querem interferir no processo democrático em Angola.