A Tribuna de Angola não é fruto de oportunismo político nem causa desconforto por acaso, é livre, frontal, é expressão de quem nela e com ela colabora convictamente, factualmente movida pela informação e opinião no esplendor da liberdade, daí a estranheza de quem na clandestinidade não entende os alicerces de democracia.
Nunca fui submetido a caprichos de uma ideia fixa, ligaram-me à UNITA muitos anos da minha vida, fui pioneiro em muito da sua actividade e expansão, fi-lo por Angola, pelo meu chão, fui sempre uma voz crítica a José Eduardo dos Santos, emprestei a minha voz em Angola ou no Trocadero em Paris, mas sou hoje um angolano reconhecido à presidência de João Lourenço que, sem agressões, deu passos gigantescos para a consolidação da Paz, permitiu uma sepultura digna a Jonas Savimbi e seus discípulos tombados, enfrentou uma seita corrupta insaciável, e sobretudo, devolve a Angola a estabilidade, credibilidade, dignidade, e respeitabilidade do concerto das Nações.
Angola desfruta hoje de ambiente propício ao investimento, tem as finanças públicas controladas, na semana finda o BNA recomprou divisas aos bancos, coisa impensável há bem pouco tempo, e a Luanda convergem altos dignatários de governos de todo mundo interessados em parcerias com Angola.
Conseguir todos estes desideratos num único mandato, com o preço do petróleo a mínimos históricos, uma Pandemia a ceifar metade do mandato, e com uma persistente clandestinidade subversiva liderada pelo maior Partido da oposição, supera todas as arbitrariedades, sabotagens, insultos e acusações, provindas de racistas, separatistas, e mercenários como ACJ “Bétinho” e Lukamba “Miau” Gato, ao serviço dos especuladores do saque internacionais.
João Lourenço foi quebrando barreiras profundamente alicerçadas na sociedade angolana, quebraram-se mitos e tabus, mas o desassossego continua, e a confirmação está na constatação dos oportunistas camuflados que vão deixando escravos e desprotegidos pelo caminho, ludibriando-os com mentiras, encenações e omissões, e ameaçando quem tem tido a coragem de os desmascarar, sem medo nem cedendo a recados de chantagem ameaçadores.
É verdade que Nélito Ékukui e Adriano Sapiñala compraram um apartamento de luxo cada um em Portugal, como é verdade que foi Adalberto Costa Júnior “Bétinho” que os pagou a partir de uma conta Offshore, e tem um terceiro sinalizado que, dizem, ser para Navita Ngolo, filha de Eugénio Manuvakola. Hoje sabe-se que dos milhões de fundos captados pela UNITA, uma parte foi gasta no foguetório de ACJ “Bétinho” na sua promoção pessoal, mas o grosso é gerido por ele pessoalmente sem dar contas a ninguém, subornando os seus cúmplices.
A colagem à Extrema Direita na Hungria, e o comportamento extravagante em Budapeste, causaram mal estar em meios indefectíveis da UNITA, e mesmo a matriarca Savimbi, a voz da família do fundador, Helena Sakaita, distancia-se deste Galo Negro, e entende que estes kwatchas não são mercedores de credibilidade. Mesmo em Lisboa, o grupo neo-colonizador liderado por João Soares, detestou a colagem de ACJ “Bétinho” ao extremismo de Viktor Órban, e traduz-se mesmo que a acção subversiva está a deixar a UNITA e a oligarquia déspota familiar, cada vez mais isolada, cada vez mais sozinha.
A tempestade começou cedo demais, silenciaram-se os trovões, dissiparam-se as nuvens negras, é tempo de um tempo novo, um tempo onde desponte o sol para todos, num palco azul da cor do céu, raiando nos campos verdes da esperança, que coloque um sorriso no rosto de cada criança da nossa terra, com os olhos postos no futuro.