UNITA foi cúmplice de um regime racista no seu próprio país

ByTribuna

4 de Março, 2022

A UNITA-ACJ gosta de se fazer passar por “virgem imaculada” e criticar constantemente o Executivo de João Lourenço, contudo convém lembrar o seu passado tenebroso e violento, designadamente quando esteve lado a lado com o exército fascista/racista e agressor sul africano na invasão do seu próprio país.

O regime do apartheid da África do Sul, foi o principal aliado da UNITA em vários estágios da guerra; o seu papel foi única e exclusivamente de promoção de violência e destruição da nossa pátria, com a estreita colaboração do Galo negro, contribuindo em várias ocasiões para o prolongamento da carnificina e desunião entre os angolanos.

Na década de 80, o regime do apartheid imiscuiu-se novamente em Angola, protagonizando uma conduta terrorista com a corroboração execrável da UNITA. Não só foram responsáveis pela morte de civis no Cunene e no Cuando-Cubango, quando lançaram uma invasão em larga escala através dessas duas províncias, como orquestraram acções terroristas em Luanda, vendo-se o governo do MPLA obrigado a efectuar mais de uma centena de prisões. Claro que o governo racista da África de Sul negou tudo e nunca admitiu estar por trás destas maquinações.

Todas estas operações foram condenadas pela ONU; o exército sul africano por inúmeras vezes violou a soberania do território angolano, mas na actualidade, parece que as “cabecinhas pensadoras” do galo negro andam desmemoriadas!

Relembrando alguns incautos, entre 1981 e 1988, a SADF (Força de Defesa sul africana) ocupou as províncias do Cunene e Cuando-Cubango. Mais de 11.000 soldados com as peças de artilharia mais sofisticadas disponíveis encarregaram-se dessa irracionalidade com a estreita colaboração da UNITA. O comando sul-africano coordenou de perto a sua força aérea e exército. Se o exército encontrasse resistência, o braço aéreo vinha com bombardeios cirúrgicos e então as tropas terrestres avançavam.

Mais de 100.000 camponeses tiveram que abandonar as suas casas, e a SADF não se retirou, mesmo após a Resolução da ONU ter condenado a invasão. A SADF aproveitou também esta situação para colocar elementos da UNITA na fronteira namibiana-angolana.

Um dos principais objetivos da África do Sul, era desestabilizar Angola para que a reconstrução de sua economia fosse adiada. A UNITA realizou ataques a alvos económicos, especialmente ferrovias, e sequestrou inclusive trabalhadores expatriados.

Outra colaboração estreita entre a UNITA e os sul-africanos deu-se em 1983 com a invasão de Cangamba, no Moxico. A força aérea sul-africana destruiu esta vila, e entregou os escombros à UNITA para os exibir a jornalistas vindos da Zâmbia. A África do Sul queria também que a UNITA tomasse Cuvelai para que a frente da guerra pudesse ser empurrada mais para o Norte. Felizmente que as forças do apartheid foram sendo malsucedidas em diversas operações, que culminou mais tarde com o acordo de Lusaca, que entre outros pontos estabeleceu uma comissão militar conjunta para supervisionar a retirada das tropas sul-africanas.

Depois tivemos o Cuito Cuanavale, que foi o maior confronto militar da guerra civil. As forças armadas angolanas lançaram uma ofensiva contra as bases de Savimbi no Sudeste, e a batalha no rio Lomba foi o preâmbulo da grande batalha no Cuito Cuanavale, onde o MPLA acabou por montar uma linha defensiva. A SADF iniciou o seu cerco em novembro de 1987. Quando enfrentaram forte resistência, o comando operacional da SADF acabou por quebrar. O cerco do Cuito Cuanavale envolveu não só a SADF, como também os americanos e a UNITA. Esta resistência heroica do MPLA à invasão das forças racistas estrangeiras vai estar sempre cravada em letras de ouro nos anais da história do nosso país.

Em finais de 1988 MPLA e a UNITA, assinaram o Acordo Tripartido na cidade de Nova Iorque, onde ficou definido a retirada das forças estrangeiras do conflito angolano. Para além das tropas governamentais terem impedido a concretização da invasão do seu território, esta resistência contribuiu grandemente para a independência da Namíbia e a democratização da África do Sul, que culminou com o fim do regime do Apartheid.

Quanto à UNITA, saiu disto tudo como cúmplice de um regime racista que por várias vezes invadiu o território angolano. A UNITA não tem moral nenhuma para dar lições de como um Estado soberano deve ser conduzido. Desengane-se quem pensa que o “lobo vestido em pele de cordeiro” vai enganar o povo angolano.