O dólar selvagem

ByKuma

4 de Março, 2022

Em pleno séc. XXI os Estados Unidos da América, foram humilhados militarmente na Somália, e fugiram com o rabo entre as pernas do Afeganistão. Destruíram o Iraque, arrasaram a Líbia, não conseguiram vergar o Irão nem a Venezuela.

Economicamente acossado pela China, e monetariamente fragilizado pelo Euro, pressionou a Europa afastando-se gradualmente da NATO, jogou com o medo dos dirigentes engravatados e dos gabinetes com ar condicionado, e tentou fazer da Rússia o bicho papão, isto porque Vladimir Putin até estava a aproximar-se da União Europeia. Paris, Londres, Berlim e Milão, abriram as portas ao capital e consumismo russos, distraíram Putin, mas simultaneamente criaram dependências irreversíveis que os fragilizaram. A China tem hoje 40% das suas transações em Euros, e já possui moeda convertível.

A GAZPROM, maior empresa transeuropeia, abriu-se à Europa, fornece 60% do gás natural aos europeus, tem como presidente o ex-chanceler alemão Gerhard Fritz Kurt Schröder, e como vice-presidente o ex-primeiro ministro francês François Charles Amand Fillon. Abastece a Europa por um gasoduto que atravessa a Ucrânia e paga a este país 1.200 milhões de euros anuais.

A petrolífera russa Rosneft, tem 30% do capital tomado pela britânica BP, e o capital russo transformou a City de Londres num mercado financeiro concorrente de Nova York.

Lentamente os EUA foram tornando a Ucrânia um território de máfias e de capitalismo selvagem, onde o filho de Joe Biden é um protagonista, e paulatinamente foi engrossando a ameaça para a Rússia, que em menos de 20 anos viu a NATO estender-se até às suas fronteiras, ignorando todos os Acordos assumidos desde a reunificação alemã.

Ora assim chegamos ao ponto sem retorno da actual situação de guerra, a NATO ensaiou entrar na Ucrânia, a Rússia de Putin reagiu, a Europa tremeu de medo, e os salvadores americanos surgiram em força, dominaram de novo totalmente a NATO, reforçaram as suas bases na Alemanha e na Europa, e para cúmulo colocaram tropas na Estónia, nas barbas da fronteira russa no Báltico, e na Polónia. Entretanto já venderam 40 caças F35 à Finlândia que é um país neutro.

Paira no ar uma lógica de guerra com contornos imprevisíveis, no entanto há aqueles que não são anjinhos e equidistantes pugnam por uma dinâmica de Paz, mas as sementes do oportunismo estão lançadas, o capitalismo selvagem e especulativo tenta sobreviver, não por acaso surge o Papa como possível mediador do conflito, é a geopolítica no seu pior a movimentar-se na obscuridade mobilizando os seus sequazes acólitos aflitos, para tentarem desfraldar o estandarte dos vencedores.

Estes hipócritas têm seguidores em todo mundo, tinham milhares de ucranianos como mercenários que hoje regressam ao seu país para lutar, mas no que nos diz respeito, em Angola há material ucraniano e instrutores, e os aliados da subversão há muito tentam lançar a arruaça nas ruas, negociando contrapartidas na presunção da tomada do Poder. Não foi ao acaso de ACJ prometeu perdão aos saqueadores, com promessa da UNITA/FPU Isabel dos Santos já planeia voltar à UNITEL, à ZAP, ao BFA e outras empresas em Angola, e já há tubarões com apetite na Sonangol, em Lisboa já se fazem conjecturas à mesa dos restaurantes.

Como afirmou a Ministra das Finanças, Vera Daves, a alta do petróleo não traz para já as mais valias que deveriam, a serviço da dívida e os compromissos em barris de crude, minimizam os lucros, é o fardo da herança provocada do saque e da corrupção que a UNITA partilhou, e por isso se silenciou e não tem argumentos para condenar os responsáveis, alinhando no coro dos insultos e desrespeito ao Presidente João Lourenço, que tem tido uma actuação irrepreensível.

A UNITA já provocou guerras repetidas por influências externas, hoje em dia até parece mais vulnerável e dependente, impõe-se vigilância e medidas de contenção, a nomenclatura do Galo Negro, além de déspota, é toda ela belicista.