A esmagadora maioria dos cidadãos angolanos sabem que transparência, dignidade e integridade, não são apanágio de ACJ e da sua UNITA, falta-lhes personalidade, verticalidade, e uma identidade verdadeiramente angolana.
Há uma revolta silenciosa que se arrasta no tempo, mas agora, começa a manifestar-se e irá engrossar o protesto porque a injustiça inchou no tempo e as promessas repetem-se em momentos pré-eleitorais como arma de arremesso na mobilização.
Desde 2002 que a oligarquia familiar que se apoderou do Galo Negro, liderada como sempre pelo General Lukamba Gato, que oportunisticamente, sem pudor nem vergonha, se fizeram gente com grandes patentes militares para efeitos de reforma, por exemplo Gato fez de todos os irmãos generais, das cunhadas oficiais, e até ACJ foi promovido a Brigadeiro sem nunca ter andado com uma arma no mato. Este grupo de marimbondos da UNITA acumula salários e pensões, mordomias, sugam as finanças públicas, e os verdadeiros homens da luta esperam até hoje pelo seu reconhecimento.
Neste momento anda Kamalata Numa, o servente para todo serviço, a recolher papéis, fotos, e a prometer a ex-combatentes, reformas, mordomias e patentes, como se a tropa fandanga dos kwatchas fosse uma elite de sargentos e oficiais.
Este é um caso que merece uma intervenção da Justiça, a PGR deverá escrutinar o passado e o presente e verificar as anomalias descaradas, exemplo, Lukamba Gato tem um irmão que é hoje comissário de Polícia que foi tido para efeitos de reforma, como general com pouco mais de 30 anos. Um fenómeno.
Só para ter uma ideia do critério das escolhas, o homem que mais representava a intelectualidade da UNITA e andou no mato com arma na mão, não era alinhado com o Gato, foi Jaka Jamba, só viria a ter a reforma reconhecida em 2012 com ajuda e reconhecimento do MPLA.
São estas escolhas e posições que se seguiram logo à morte de Jonas Savimbi, que o prepotente e inquisidor Lukamba Gato e seus próximos, provocaram a ira dos militantes e guerrilheiros, que fazem que o dito general nunca tenha conseguido ganhar uma eleição interna no Partido, e hoje como suporte na retaguarda de ACJ, continua numa liderança camuflada que desferirá um golpe de misericórdia no momento certo contra Adalberto Costa Júnior em favor de um dos seus. A sua aposta recai sobre Abel Chivukuvuku e já conseguiu anuência de Jardo Muekália para segundo.
O silêncio de João Lourenço apavora os estrategas, e o relacionamento das forças anda entontecido, mas os especuladores subversivos que querem arruaça em Angola, reunidos em Lisboa, ainda apostam em ACJ e Isabel dos Santos que quer a todo custo reverter os seus bens arrestados pela PGR. A igreja como sempre, é ambígua, divide-se para tombar na hora certa para o lado do Poder, para já assenta no cravo e na ferradura, mas surgirá a cavalgar o cavalo ganhador.