Jonas Savimbi não morreu, o seu ADN deixou rasto, encarnou na oligarquia herdeira da metodologia do timoneiro do Galo Negro. As eminências pardas dos kwatchas, alinhados no mesmo diapasão, no pânico instalado com as perspetivas reais do futuro, acertam estratégia face ao avolumar de dúvidas que se instalam com a rebeldia de Adalberto Costa Júnior, sobretudo na sua vertente de parcerias estratégicas externas, que desagrada ao diretório da Vila Alice e ao círculo de alguns marimbondos.
A desconfiança instalou-se, Isabel dos Santos ganha cada vez mais peso, e a Igreja Católica está a reagir porque perdeu a exclusividade de controlo de ACJ, que se agarra a tudo quanto possa valer-lhe o avolumar da sua conta offshore.
Mas entre os déspotas da UNITA pesa a componente familiar, e a disputa de lugares ambicionados no parlamento está comprometida pelo acordo da FPU – Frente Patriótica Unida. Ainda assim, com Abel Chivukuvuku a ganhar pontos entre os mandantes, o calculismo passa pelo explorar a onda ACJ até ao limite, usá-lo como arma de arremesso e desgaste do Governo, e à moda da Jamba de Savimbi, liquidá-lo sem que haja tempo para criar uma alternativa a Chivukuvuku. Esse momento é quando estiverem criados todos os alibis para culpabilizar o Governo e o MPLA pelo fatídico acidente fatal.
A ambição política da maioria dos “maninhos” tem como horizonte o Parlamento, ser deputado, com casa, viatura de alta gama, e salário folgado com familiares assessores, é um desiderato que os mais influentes não querem perder de vista, não há noção nem ambição de governar, há uma busca permanente de enriquecimento da trupe familiar, e é neste claudicar que a Igreja perde a esperança do Poder e está a reagir por ela mesma para incutir o medo através do pecado, tentando mobilizar o povo para as suas teses de influência do Regime.
Vão ser agitados, conturbados, os tempos que vêm por aí; ACJ tem a seu favor a rede de espionagem dos especuladores financeiros, a ambição de Isabel dos Santos é desmedida, a vigilância da Ordem Pública tem de ser reforçada porque o risco multiplica-se, e o aventureirismo vai ao ponto de nos últimos dias lançarem publicamente apoios de Biden e Putin, algo inimaginável na decência da transparência democrática.
Um membro do diretório da Vila Alice, declarou no fim de semana, que a ideia que ganha corpo nos decisores é irem a eleições com Abel Chivukuvuku à cabeça, seguido de Jardo Muekália.