O cidadão angolano José Manuel Imbamba foi ordenado padre em 29 de dezembro de 1991. Em 2001 foi nomeado secretário-geral da Universidade Católica de Angola. Nem uma palavrinha disse quando no ano seguinte o criminoso de guerra Jonas Savimbi acabou a sua aventura belicista.
Um ano depois da ordenação de José Imbamba (1991) tivemos as primeiras eleições multipartidárias em Angola. A UNITA perdeu e Savimbi rejeitou os resultados eleitorais. O sacerdote da Igreja Católica em vez de falar ao coração dos cordeiros de Deus que rasgaram o Acordo de Bicesse, ficou calado. Nem uma palavra. O silêncio, nestas circunstâncias, é cumplicidade. Porque agora ele fala pelos cotovelos, logo apoia o lado dos infractores.
José Manuel Imbamba nunca abriu a boca entre 1992 e 2002, a década de guerra mais terrível para o Povo Angolano. Jonas Savimbi matou, torturou, destruiu. Entre as vítimas estão milhares de seguidores da Igreja Católica. Freiras foram raptadas ou barbaramente assassinadas. Com vários padres aconteceu o mesmo. José Manuel Imbamba disse nada. Cumplicidade vergonhosa que faz dele apoiante do terrorismo.
Hoje José Manuel Imbamba fala em democracia e assume o discurso dos antigos chefes da rebelião sangrenta que tanta desgraça causou entre os mais pobres e vulneráveis. As suas palavras como presidente da Conferências Episcopal de Angola São Tomé e Príncipe são cumplicidade com o passado violento. Falta de respeito para com todos os bispos que o antecederam. Agressão covarde a todas as vítimas da guerra pós eleitoral capitaneada pelo criminoso Jonas Savimbi.
O bispo Imbamba é mais um cúmplice dos bandoleiros que tudo fizeram para destruir Angola como estado soberano e atentar contra a integridade territorial. Imbamba colocou-se propositadamente do lado do banditismo político.
Não pode falar? Pode. Não pode manifestar as suas opiniões? Pode. Não pode ser apoiante dos criminosos que fizeram a guerra pós eleitoral? Pode. Mas as angolanas e os angolanos de bem também podem considerá-lo um criminoso de guerra. Enquanto o povo morria às mãos dos sicários da UNITA, enquanto camponesas e camponeses eram mortos ou mutilados pelas minas que os bandoleiros da UNITA colocavam nos caminhos entre as aldeias e as lavras, o padre Imbamba fingia que era mudo.
Adalberto da Costa Júnior e outros arautos da UNITA na Europa, no início da guerra pós eleitoral, informavam, triunfalmente, que as topas da rebelião tomavam províncias em catadupas. José Manuel Imbamba nem uma palavra de condenação a tais atentados à autoridade do Estado, à liberdade e autodeterminação das populações. Milhões de angolanos fugiam das províncias ocupadas para Luanda e José Manuel Imbamba papava hóstias ou esfregava as mãos de contente. Nem quando o cardeal D. Alexandre do Nascimento, líder da Igreja em Angola, disse ao mundo que estávamos a perecer, o padre Imbamba abriu a boca.
José Manuel Imbamba é bispo, mas comporta-se como membro da direcção da UNITA. É um líder religioso, mas prefere trair quem o investiu nessa função. Serve-se do cargo para vender a banha da cobra da UNITA. Voluntariamente reduziu-se à miserável condição de propagandista do Protectorado Português Lunda, uma organização terrorista que atenta gravemente contra a unidade nacional e a integridade territorial. Pode? A lei diz que não. Mas os servidores da Igreja Católica são inimputáveis. Ainda há quem acredite que o poder deles é dispensado por Deus e assim sendo, silêncio e temor. Quem arrebita cachimbo vai para o inferno. Como eu tenho uma vida infernal há muitos anos, estou à vontade para denunciar os bispos da UNITA. Já fiz o mesmo com o padre Viti, que baptizou a minha filha no Huambo (contra a minha vontade, mas por decisão inabalável da mamã) e quando chegou a bispo tornou-se kamba e cúmplice de Savimbi. Perdeu o respeito por ele e eu denunciei que o prelado andava nu dos pés à cabeça, já não era a voz de Deus na Terra, mas ccócórócócó do Galo Negro.
Imbamba segue o mesmo rumo. Tem todas as facilidades para essa prática política.
O Executivo mantém relações especiais com as confissões religiosas e especialíssimas com a Igreja Católica. Assim seja. Não contem comigo para silenciar o banditismo político, mesmo quando é praticado por cidadãos que se servem da fé, para enganar os incautos. O outro é que sabia, a religião é mesmo o ópio do povo. O bispo imbamba é verdadeiramente uma overdose. A quem não sabe, informo que a ganza do ópio deixa um tipo muito parado, muito pensativo, muito sossegado. O tempo anda a zero à hora. Cuidado com o Imbamba.
O cidadão Belmiro Cuica Chissengueti pode ser da FLEC? Pode. Pode ser da UNITA? Pode. Mas não quando põe a coleira, veste a bata de bispo e fala em nome da Conferência Episcopal Angola São Tomé e Príncipe. Ele é padre desde 5 de Maio de 1996. Em plena guerra pós eleitoral. Se o bispo de Cabinda tem noção do que é honra e dignidade, que apresente uma intervenção pública dessa época, condenando a guerra do criminoso Jonas Savimbi. Nada. Silêncio cúmplice. Como ele sabe (é licenciado em Direito) a cumplicidade também é crime.
Extremoso amante do rebanho da província de Cabinda, o seu silêncio no que diz respeito a um acto terrorista da FLEC no Campeonato Africano das Nações (CAN) faz dele um leproso moral. Nos dias de hoje rasga as vestes pela liberdade de imprensa, mas em 2010, quando a FLEC atacou a caravana desportiva do Togo, o senhor padre ficou em silêncio. Nesse ataque terrorista, os bandoleiros dispararam sobre a equipa de reportagem do Jornal de Angola. Belmiro Cuicva Chissengueti, hoje tão falador, na altura ficou em silêncio. Cúmplice. Tão bandido é quem disparou como aqueles que não condenaram os disparos contra atletas e jornalistas. O actual bispo de Cabinda é um deles.
As angolanas e os angolanos de bem vão ter de suportar líderes religiosos que se servem dos cargos para fazerem política. Porque está à vista de todos que eles querem ser reprimidos. Querem fazer-se de vítimas do regime que no dizer deles, faz batota nas eleições e atenta contra a liberdade de imprensa. Claro que ninguém lhes vai fazer esse favor.
Chissegueti e Imbamba vão continuar a fazer o papel de promotores do banditismo político. É lá com eles. Mas eu vou continuar a escrever que esses bispos vão completamente nus, não têm nada de religiosos e são verdadeiramente traidores da Igreja de Angola. Porque essa não tem sido a sua prática desde que o Vaticano excomungou os padres de Cabinda que faziam terrorismo nas fileiras da FLEC. D. Filomeno Vieira Dias foi vítima deles. Tem muito que contar a Imbamba e Chissengueti.