Afinal os juízes são independentes, reconhece a oposição

ByTribuna

20 de Janeiro, 2022

O problema dos comentadores avençados à oposição UNITA-ACJ é que na sua ânsia de mal-dizer, acabam por tropeçar nas próprias pernas e confirmar o que antes tinham desconfirmado.

Após o acórdão do Tribunal Constitucional que declarou ilegal a eleição de ACJ por ser português, os comentadores avençados andaram a espalhar por todo o lado que o Tribunal estava dominado pelo MPLA, era político e dependente. Diziam que não havia justiça em Angola. Alguns apelaram mesmo ao incumprimento da lei e cuspiram verbalmente nos juízes.

Esta semana no Tribunal Provincial de Luanda “dos 32 indivíduos que a Polícia apresentou como suspeitos da prática dos actos do dia 10, 11 foram absolvidos e 21 condenados a penas de 30 dias, todas elas convertidas em multa.”

Agora os mesmos comentadores já vêm dizer que os Tribunais aplicam a lei de acordo com a “sua consciência e em nome do povo” e as suas decisões são “grande revés para o MPLA”. Em mais elogios se desfazem a propósito da decisão do Ministério Pública junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) que colocou em liberdade os cinco indivíduos que se encontravam em prisão preventiva por suspeita do desvio de 30 toneladas de milho destinadas à Reserva Estratégica Alimentar do Estado. Esta semana elogiam os Tribunais que na semana passada atacaram.

Para atacar o PR e o governo, as mesmas pessoas que há semanas criticavam a independência dos Tribunais, agora dizem que os Tribunais são exemplo e o partido do governo sofre reveses nos Tribunais.

Entendamo-nos, ou é carne ou é peixe. Não pode a oposição desleal, quando discorda da decisão dum Tribunal dizer que este é mandado pelo PR e quando concorda dizer que o Tribunal derrotou o partido do governo.

Aqui temos uma incoerência brutal. Um oportunismo enojante.

É evidente que haver decisões com que se concorda e outras com que se discorda, é o maior sinal da independência dos Tribunais e a prova que este são independentes em Angola e funcionam.