Angola Amordaçada

ByKuma

17 de Janeiro, 2022

Dilacerada ciclicamente pelos mesmos protagonistas contendores, está na traição e agressão a base explosiva que faz eclodir o conflito. É também evidente o fator externo que alimenta o fratricídio e encoraja os beligerantes a cegueira e a ilusão da via conflituosa.

A Democracia impõe regras permanentes com rigor, transparência, respeito, é guardiã dos Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos, mas essa Liberdade exige regulação constitucional fiscalizada institucionalmente em defesa da dignidade da cidadania, e da honorabilidade individual do cidadão.

A Democracia tem mecanismos frágeis, é benevolente com os infratores, daí ser infringida porque quem não a respeita e por quem tenta subvertê-la em nome de um totalitarismo que oculte as fragilidades de quem se sente impotente com os seus mecanismos, quem não sabe conviver com a Ordem Pública, obediência aos Poderes do Estado, e às escolhas livremente expressas em eleições, através do Voto dos cidadãos.

Existem tempos estabelecidos para campanhas eleitorais onde legalmente se confrontam as diversidades, fora delas, as escolhas têm o Parlamento Nacional onde se esgrimem as opiniões, e a regra em democracia é, quem não sabe perder, jamais saberá ganhar.

Nenhum governo no mundo resiste a uma permanente instabilidade, nenhum governante pode permitir a banalização do lugar que ocupa, seja através do insulto pessoal, da afronta às instituições, ou das arruaças de rua, acrescida agora, de perene subversão nas redes sociais digitais.

Há quem confunda demagogia popularucha com capacidade de gestão, Adalberto Costa Júnior emerge de ilegalidades, transmitiu à UNITA esse desiderato de terra sem lei, acampou a sua megalomania num vasto leque de demagogia, joga com o medo e o pânico mobilizando jovens alienados à fantasia e ilusão, e prisioneiro da Ala belicista do Galo Negro que nunca esqueceu as armas, enredou-se rendido ao poder financeiro dos marimbondos, e secundado por Isabel dos Santos entrou definitivamente na deriva da conquista do Poder pela força.

Ontem mesmo, inserido na campanha de contra informação que emana do recriado BRINDE, um dirigente da UNITA veio propor publicamente a implementação de um grupo de contacto para apaziguar a tensão existente, dirigido por Higino Carneiro e Lukamba Gato. Isto é a confissão da UNITA de que é ela mesma, fator de instabilidade e que deseja voltar a métodos já repetidos que apenas servem para iludir e ganhar tempo.

Isto acontece no momento em que ACJ viaja e na agenda estão contactos com pessoas e organizações envolvidas em conflitos e derrubes de governos em África há uma dezena de anos, e ontem mesmo soube-se que vai encontrar-se em Paris com um líder de mercenários russo/ucraniano, que tem espalhado o terror na RDC.

Um dado novo e inquietante são os contactos com a extrema-Direita sul africana que se têm multiplicado, bem como uma base de apoio no Burkina Faso, não se percebe porque um Partido político em plena democracia, necessita de delegados em várias capitais e bases de apoio no estrangeiro, isto é a garantia da preconceção de uma ação oculta premeditada.

A Democracia angolana não se esgota na participação da UNITA, muito menos é viável com ilegalidades como a FPU com um PARA-JA inexistente, há outras forças políticas não beligerantes capazes de representar diferentes sensibilidades, outras poderão mesmo surgir já que a UNITA é um tampão bloqueador de iniciativas, creio que há razões para exclusões pessoais através de cassação de direitos, ou coletivas pela via da ilegalidade, a determinação democrática é moralizadora da sociedade.