Há muitos anos que se fala da intervenção das tecnologias de Israel, aperfeiçoadas por antigos agentes da Mossad, na morte de Savimbi em 2002.
Agora, Adalberto da Costa Júnior viaja até Tel-Aviv a convite de Adi Timor, a dirigente da Adi Timor Consulting, uma empresa de informações privadas de Israel, para buscar as mesmas tecnologias e pessoas para tentar subverter o processo democrático em Angola.
A verdade, é que facilmente se percebe que Isabel dos Santos é o cérebro por detrás desta viagem. Basta lembrar que Isabel dos Santos utilizou uma empresa israelita Black Cube, constituída por antigos agentes da Mossad para gravar e actuar electronicamente sobre membros do governo angolano para os comprometer como referiu, na altura, o Financial Times.
A UNITA de Adlaberto está a seguir a cartilha de Isabel e a recorrer também a ex-espiões israelitas para beneficiar da sua tecnologia na área da vigilância electrónica, agitação digital e hackerismo, para subverter o processo democrático em Angola.
Adi Timor, a consultora israelita de Adalberto, é famosa pelas suas ligações africanas, agindo em campanhas eleitorais com técnicas electrónicas sofisticadas, sendo referido várias vezes que pertence ou pertenceu à Mossad, os serviços de espionagem externa de Israel.
Actualmente, Adi Timor apresenta-se como uma consultora de comunicação com experiência em campanhas internacionais, inclusive em África.
Adi ganhou fama pública como segunda no comando da GCS International, que foi rotulada como uma frente do Mossad na Roménia durante a campanha eleitoral romena de 2012. Timor trabalhou pessoalmente com Tal Silberstein, que relatou ser um agente da Mossad. Antes de ingressar na GCS, Adi foi por mais de cinco anos Oficial de Serviços Estrangeiros em Washington DC. A Mossad é conhecida por usar posições diplomáticas como cobertura para seus agentes internacionais.
Depois, Adi saiu da GCS e fundou a Timor focando-se em África, onde actuou em vários países. Por exemplo, no Botswana. Alega-se que esta empresa teria sido recrutada pelo partido do poder no país, o Partido Democrático do Botswana (BDP), através dos próprios serviços de inteligência do Botswana (DISS) que tem laços estreitos com a Mossad.
Em Angola, Adi criou relações com Adalberto e a UNITA, e através das suas relações com Shimon Solomon, embaixador designado de Israel em Angola, que é do mesmo partido e protegido do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel Yair Lapid, garantiu o visto de Adalberto para ir a Israel contratar ex- Mossads para as suas actividades em Angola.
Há um encontro de interesses em Israel entre o partido Yesh Atid (Há um Futuro), ex-operacionais da Mossad e a UNITA de Adalberto.
Relembre-se que existe na comunidade internacional uma preocupação muito específica que Israel praticamente não tem controlo sobre os ex-oficiais de inteligência que comercializam os seus conhecimentos no mercado aberto, o que leva a uma porta giratória entre o Estado e o sector privado, Israel actuando como uma incubadora de muitas startups de espionagem mundial sobretudo na área da vigilância electrónica e disrupção digital.
O que Adalberto foi fazer a Israel foi negociar com mercenários e ex-espiões para virem desestabilizar o processo democrático eleitoral em Angola.
A UNITA e Adalberto querem transformar Angola num quintal onde oficiais militares e de inteligência israelitas recém-aposentados, bem como aventureiros em busca de riqueza, podem desenvolver as suas tecnologias e capacidades letais num círculo vicioso, actuando como se Angola fosse um lugar onde a lei e a ordem estão ausentes, permitindo que para Israel, Angola seja um campo selvagem de experiências.