É atroz a visão arcaica da governação de ACJ e toda a estrutura dirigente da UNITA, não conseguem libertar-se de métodos antigos da sua ruralidade, nem adaptar-se às exigências do futuro balançado no presente em que Angola e Mundo em transformação impõem. Angola passou de 8 milhões de cidadãos do Muangai em 1966 para mais de 20 milhões em 2022, com a capital prisioneira de uma pressão demográfica insuportável, consequência do êxodo de refugiados de todas as províncias onde a UNITA perseguiu e torturou.
A verdade é que o Galo Negro não conseguiu libertar-se dessa teia sem Lei nem da visão redutora do desenvolvimento, agarrada à subsistência defende a lavra e a produção de quintal, ignorando o homem e a máquina na multiplicação da produção na criação de riqueza e autossuficiência.
Este ruralismo atrofia a noção de abertura ao mundo, cria constrangimentos à visão governativa, e mostra uma UNITA fechada ao mundo e dentro de si própria incapaz de se adaptar ao tempo novo de um Estado moderno com Lei e instituições que regulem com determinação os direitos e deveres de todos os cidadãos plasmados na Constituição consensual e democraticamente votada no Parlamento.
Estes são sinais perturbadores de um Partido perdido no tempo, marxismo, maoismo, oportunismo, são traves-mestras de contradições que se refletem na acção quotidiana que marcam uma identidade que não se esconde em discursos elaborados, numa onda de propaganda e incentivo à violência a destempo.
A Unita de Jonas Savimbi foi cúmplice do Poder colonial. Teve em Mobuto Sesse Seko um aliado, juntou-se a tropas sul-africanas do “Apartheid”, foi dirigida pela CIA de 1986 a 1992, criou na Jamba, impunemente, um Estado paralelo que negociou com o exterior diamantes, marfim, ouro, madeira, e criou uma estrutura paralela que não se compadece com tempos de Paz, nem com a normalização de um Estado democrático.
Hoje ACJ, a UNITA/FPU no seguimento da exigência do seu ADN, incapaz de agir só, entregou-se à dependência de Isabel dos Santos, Tchizé dos Santos, e dos marimbondos que não há muito eram inimigos ferozes que preconizavam o esmagamento do Galo Negro, mas a falta de vergonha de ambos aliou-os, e no esplendor do oportunismo aliaram-se aos agitadores e activistas de rua, sem Lei, sem ordem.
É espantosa a reação em cadeia nos últimos dias, na senda da sua postura enraivecida Marcolino Moco, capataz de Eduardo dos Santos, vem sistematicamente defendendo a inoperacionalidade da Justiça que escrutina os seus companheiros do saque, intelectualmente desonesto defende a democracia e as instituições noutros países, mas quer anarquia em Angola, vale o que vale.
Liberty veio com arrogância debitar na verborreia uma imensa teia de contradições, a maior delas, abomina o slogan com 60 anos do MPLA (O MPLA é o Povo e o Povo é o MPLA), mas de seguida de peito cheio diz que o Povo já decidiu e quer o MPLA fora do governo até Agosto. Também diz estar provado que os acontecimentos de 10 de Janeiro são de responsabilidade do MPLA. No entanto, na sua intervenção de cerca de 1 hora, os apelos à ira popular são repetidos à exaustão, mesmo como deputado ultrapassou as regras da decência intelectual.
Também a aliada Tchizé dos Santos, cada vez mais próxima de ACJ, apelou à mobilização popular numa incitação à violência, e nas redes sociais, de gente afecta à UNITA multiplicam-se os apelos à insurreição. A UNITA ao não assumir a responsabilidade dos acontecimentos é ainda mais grave, é a evidência de que não tem controlo sobre as consequências do que semeou, depois das sucessivas demonstrações de mobilizações populares e paralelismos com activistas, não pode dissociar-se da ira de uma minoria ruidosa que teve voz no seu Congresso eletivo, que sufragou ACJ.
Quem não quer ser lobo não veste a pele…!!!