Moco é Moco e consegue escrever em cinco palavras, aquilo que o comum dos mortais escreveria em duas, por isso, é um exercício crucificante perceber o que este novo aliado da UNITA pretende dizer no Ano Novo.
Comecemos pelas mentiras. Moco mente quando diz que as suas mensagens são pacíficas. Pelo contrário, do alto do seu sofá tem-se desdobrado em apelos ao não cumprimento das decisões dos tribunais e à crítica permanente dos juízes. Como graduado em direito Moco devia saber que o desrespeito aos tribunais gera sempre violência. O que está a apelar é ao motim anti-jurídico.
Também mente quando diz que nunca ligou ao status. Só ligou ao status. E o problema dele foi ter perdido o conforto dos gabinetes do poder. Por isso, esbraceja constantemente.
Agora diz-se contra a guerra, mas liderou-a. Moco quer falsificar a história. Lembremos: Moco foi primeiro-ministro de Angola de 2 de Dezembro de 1992 a 3 de Junho de 1996. Esteve no auge do reatar da guerra civil. Esqueceu-se? Moco era primeiro-ministro a 22 de Janeiro de 1993, dia que alguns denominaram o massacre da Sexta-Feira Sangrenta. Nem é preciso fazer mais comentários.
Vê-se percorrendo o texto que a sua mágoa profunda foi o afastamento da direcção do MPLA em 1998, mas tem é de se queixar de José Eduardo dos Santos…
Tenta distinguir o Presidente do MPLA do Presidente da República. Isto não tem qualquer sentido. Em todos os países do mundo o líder partidário é o dirigente máximo do executivo, chame-se primeiro-ministro, presidente da república ou outra coisa. Tal só não acontece nos países comunistas, onde o líder do partido comanda tudo. Afinal Moco quer voltar ao marxismo? Não se entende.
Moco também estende a mão àquela igreja católica que quer a subversão da ordem constitucional. Deveria primeiro lembrar-se do papel como agente do colonialismo que a igreja católica desempenhou durante séculos. Houve excepções, mas são aquelas que confirmam a regra.
Finalmente, estrebucha acerca do combate à corrupção. Vai-se vendo que Moco já foi adquirido pelos corruptos. Hoje já condena o combate contra a corrupção.
No fim de contas estas piedosas almas que agora falam só querem acabar com o combate contra a corrupção, que tudo volte à suavidade dos sofás e carpetes de antigamente.
Nessa altura, ninguém levantava a voz enquanto o povo passava fome e um punhado de pessoas roubava tudo ao Estado.
Nessa altura, todos os corajosos de hoje estavam em silêncio esperando que algo lhes caísse no prato.
Nessa altura, Deus tinha esquecido Angola.
Agora Moco é um activista ressuscitado que apela às arruaças, à violência e se aliou aos inimigos do povo angolano. Moco não percebe que o Presidente de 2017/2018 é o mesmo de 2022, o que aconteceu, entretanto, é que os corruptos passaram ao contra-ataque em 2020. E é esse contra-ataque que tem de ser vencido. O resto é conversa fiada.
Quanto mais fala mais denuncia a sua hipocrisia e ambição frustrada. Pobre Moco.