Esta “Guerreira” nascida na capital Luanda em 1992, apesar de contar apenas com 29 anos, já passou por muito na vida.
Bem cedo, viu-se obrigada a imigrar para terras lusas, em virtude de Angola estar a definhar com uma guerra civil sangrenta. A sua caminhada na nova terra que a acolheu, conheceu muitos episódios difíceis e mesmo dramáticos, no entanto, Pongo conseguiu sobreviver às várias adversidades e progressivamente foi trilhando a sua estrada no mundo artístico.
A sua primeira pegada expressiva no mundo da música, esteve associada ao grupo Buraka Som Sistema, tendo desenvolvido durante dois anos uma colaboração que se revelou bastante profícua, todavia, acabou por deixar o grupo por causa de uma disputa em relação aos royalties da música “Kalemba (wegue wegue).
Em 2020, já com mais de 10 anos de carreira, Pongo lançou o EP Uwa. A cantora e compositora promoveu o som angolano do kuduro – uma vibração vibrante de soca, samba, hip-hop e techno – em devaneios litorâneos melancólicos (Wafu) e números de chamada e resposta eufóricos que demonstraram o seu fluxo hábil (Quem Manda No Mic). Ela ganhou o seu nome artístico – uma afirmação da força feminina inspirada pela falecida e pioneira cantora feminista congolesa M’Pongo Love. “Eu acredito em ser positiva”, disse a artista.
No ano passado, Pongo alcançou um enorme sucesso com a música “Bruxos”, lançado no colors Studios, tendo alcançado a brilhante marca de um milhão de visualizações. Também em 2021, Pongo foi eleita uma das personalidades negras mais influentes da lusofonia da PowerList100, iniciativa desenvolvida pela Bantumen e outras plataformas como a Mundo Negro e a Inventivos do Brasil, a Balai de Cabo Verde, entre outros parceiros sociais.
Em Setembro, a cantora começou a sua digressão internacional por Bruxelas, tendo depois passado por alguns festivais e casas de referência, como o SoundFlower Festival da cidade do Cartaxo e o Festival Iminente, um e outro em Portugal, para além de ter actuado em outros países europeus, tais como a Espanha e França.
Aliás, este país marca o início do Tour 2022 da cantora. Contudo, devido à crise sanitária, e tendo em conta as medidas tomadas pelo governo francês – uma delas a proibição de shows com público de pé – Pongo teve de reagendar o seu primeiro concerto em Paris (já esgotado) para uma nova data, que será no próximo dia 28 de Março. De acordo com informação disponibilizada pelo site do “La Maroquinerie”, local onde já estava previsto o concerto, os bilhetes comprados permanecem válidos para a nova data.
Após o lançamento do remix de “Wegue Wegue”, agora com uma nova sonoridade que deriva até ao funk brasileiro, tendo naturalmente o kuduro como base, Pongo aproveitou para apresentar o seu mais recente single, “Começa”, e promoveu também o seu novo álbum que está previsto ser lançado no próximo mês de Fevereiro, editado pela Universal Music França.