Hoje em dia de aniversário, um grupo de grandes amigos do jornalismo e da política, ofereceram-me um almoço, um Rodízio Gaúcho junto ao Tejo, e aproveitamos a correnteza das águas para a fluidez das palavras.
Falamos da visita do Presidente da República João Lourenço ao seu antecessor José Eduardo dos Santos, e da maledicência das reacções ao gesto porte dos subversivos invertebrados, que, espantosamente, conta com a adesão permanente de Marcolino Moco e, maior surpresa ainda, da incompreensível intervenção de membros do Clero, imperceptível ao bom senso da convivência civilizada.
Ainda não terminara a exploração terrorista da palavra “fome” completamente descontextualizada, as mentes beligerantes e boçais que se alimentam da intriga e da infâmia, agarraram-se à iniciativa misericordiosa presidencial, própria na quadra natalícia, para embalarem no insulto e ataques ferozes ao Chefe de Estado, que misericordiosamente tem suportado todos os desmandos, afrontas, até ameaças, que criminosamente em desrespeito pela legalidade democrática constitucional, têm sido perpetradas quotidianamente pela mesma gentalha.
O comandante do batalhão que prepara dentro e fora a Intifada, é o general Lukamba Gato assessorado politicamente por Eugénio Manuvakola, e militarmente por Kamalata Numa, e tem a Companhia UNITA como fachada legitimadora da ação, e pelotão “entertainer” da FPU – Frente Patriótica Unida, os capatazes Adalberto Costa Júnior, Abel Chivukuvuku, e os cipaios Liberty, Ékuikui, Navita, Webba, Sapiñala e Dembo, conta ainda com apoio dos ditos sacerdotes e Marcolino Moco que embarcou na onda dos Umbundos.
Uma coisa ficou demasiado evidente, José Eduardo dos Santos, pela sua expressão e ar surpreendido, não conseguiu demarcar-se do calculismo vingativo de Isabel dos Santos nem da postura odiosa de Tchizé dos Santos, sabendo de antemão que as imagens iriam correr mundo, elas retrataram a sumptuosidade do seu palácio, mas assaltado pelo seu narcisismo não demonstrou cortesia ao seu visitante.
Não tenhamos ilusões, as pedras do xadrez estão lançadas, são velhas, não mudam, e o drama são as máscaras, e na opereta coreografada por mestres ensaístas importados, os poucos parecem muitos e os muitos parecem poucos, eis o efeito da ilusão que na ressaca carrega sofrimento e dor.
Proliferam novas dramáticas nos subterrâneos da imundice, tudo serve para exaltar o medo, projectar o pânico, os fundos parecem ilimitados, a oponência mostra a artificialidade da crise de quem andou a pedir ao Povo migalhas do seu pão, para ostentar um Congresso engalanado de modernismo caro, e de FPU ilegalmente anunciada com pompa no mais caro hotel do país.
Neste oceano de hipocrisia juram-se vinganças, a todos os jornalistas interessados em Angola, na hora certa João Lourenço será preso domiciliarmente porque foi generoso ao libertar os restos mortais de Jonas Savimbi, mas Fernando Garcia Miala e Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandô” estão sentenciados à morte pública, Miala por ser a ameaça no espaço e no tempo e Nandô por ter sido o mandante das mortes de Salupeto Pena, Alicerces Mango e Jeremias Chitunda.
Este espírito abjeto que persiste nas hostes do Galo Negro, é marco rupestre nas gerações dos seus quadros militantes, nele permanece a ancestral ameaça de concórdia, nele reside a insaciabilidade do sangue opositor com o qual se recusam partilhar o caminho.
Na sexta feira 14 de Janeiro de 2022, na cidade do Porto, irei lançar o meu terceiro livro “ANGOLA-Coração e Razão”, 304 páginas com revelações, testemunhos, opinião, e um contributo para uma solução para Angola, afinal na lonjura do meu Ukuma, está o meu chão, a minha gente, e um pedaço de mim.