Com o beneplácito da UNITA e o comprometimento da Igreja, criou-se um espaço sem lei que desafia perenemente a normalidade democrática, afrontando o Estado de Direito e a legitimidade do Presidente da República.
Causa estranheza o facto de uma organização secular experimentada, embarca com os seus protagonistas no oceano de ilegalidades públicas, facilmente conotadas como terrorismo de Estado, ensaiando uma mistura de religião e política, surpreendentemente subversiva.
Em nome de uma FPU ilegal e clandestina, denegriram repetidamente o Presidente da República, fora de contexto, com deturpação elaborada, vergonhosamente instrumentalizaram a fome, a coberto de uma coligação partidária outorgada por um presidente da UNITA que não era, um líder de um partido inexistente, portanto um somatório de tacticismos nulos que servem apenas para criar instabilidade.
João Lourenço dispõe de uma maioria qualificada de mais de dois terços na Assembleia Nacional, pode por sua iniciativa ou sob orientação da Segurança Nacional, aprovar medidas de exceção numa atitude política musculada, mas balizada nas prerrogativas democráticas, a ele cabe zelar pela segurança pública, estabilidade governativa, e garantir os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos.
Repetidas vezes ACJ, e outros dirigente da UNITA, onde se destacam os generais Lukamba Gato e Kamalata Numa, desafiaram o Estado e afirmaram estar preparados para tomar o Poder a bem ou a mal, não são proclamações inocentes, elas revelam o longo caminho preparado e que vai dando sinais de preocupação.
Não se morre de fome apenas por falta de comida, não se fazem guerras só com armas, a sofisticação dos meios potenciam estratégias letais sinalizando inimigos e vítimas, é o preço a pagar da clandestinidade e da irresponsabilidade daqueles que sem identidade agem como se tudo fosse deles.
A Igreja Católica absorve milhões de dólares por ano através das suas ONG’s, instalam-se livremente em territórios que lhes permitem luxos, viaturas, casas com ar condicionado, assistência, viagens, e ainda enviam a Dízima a Roma, e sacam tudo aos humildes fiéis. Vivem da fome, da doença, da denúncia, transformando algumas missões em autênticas instâncias turísticas. Uma ONG portuguesa recebeu 2 milhões de euros para dar apoio a umas aldeias em Moçambique, na região da Gorongosa, quando começou a trabalhar com livros e medicamentos doados por recolhas em Portugal, já tinham gasto 1,6 milhões em conforto para os seus integrantes, sem impostos.
A UNITA aproveitou a palavra fome, descontextualizou-a, e espevitou o fantasma dessa praga horrível, mas o que fez o Galo Negro até agora senão promover causas fraturantes sem apresentar uma única solução?
Qual dos marimbondos da UNITA abdicou das suas mordomias, carros de luxo entupindo quintais, casas luxuosas em Luanda e no estrangeiro, filhos a estudar no exterior, hospitais na Europa, qual deles, repito, pensou numa criança com fome para lhe dar de comer?
2022 bate à porta, João Lourenço terá agora a sua própria herança construída nos últimos 4 anos, não depende das armadilhas que lhe deixaram, o mundo de fantasia que emana da megalomania de ACJ ou da FPU começa a dar sinais de desgaste, é erguido em demagogia, e feito mesmo, não há nada para mostrar.