As ligações de Adalberto com os Pandora Papers

ByTribuna

7 de Dezembro, 2021

Já sabíamos que muitas das amizades e relações que Adalberto da Costa Júnior tem encetado na sua cavalgada em direção à liderança da UNITA não eram das mais recomendáveis.

Agora, após Congresso que o colocou como líder do Galo Negro, aparece-nos nas redes sociais mais uma personagem, um “lobo em pele de cordeiro”, apregoando o seu apoio à UNITA e a ACJ.

Trata-se de Andrés Pastrana, antigo Presidente da Colômbia, e actualmente o Presidente da IDC (Internacional Demócrata de Centro), que se apresenta num vídeo de apoio, como um acérrimo defensor da liberdade, democracia, o Estado de direito e a dignidade de todos os cidadãos. A estes valores associa ACJ como sendo o remédio para todos os males que fustigam o povo angolano.

A mentira, o fingimento e a maledicência da UNITA não é novidade para ninguém, contudo desta vez recorrem a uma personalidade (Andrés Pastrana) que supostamente é impoluto e defensor da luta contra a corrupção.

Contudo, é precisamente o contrário. Nos bem conhecidos Pandora Papers (uma coleção de mais de 11,9 milhões de arquivos confidenciais mostra como presidentes, primeiros-ministros, membros da realeza, funcionários eleitos – e alguns de seus familiares e associados mais próximos – escondem activos num sistema financeiro secreto com a ajuda de empresas que estabelecem empresas em jurisdições secretas), o ex- Presidente colombiano e a sua esposa aparecem como proprietários registados da empresa panamenha Vanguard Investment Inc., antes do final de 2016.

Os documentos que foram revelados, dizem que o objectivo desta empresa panamenha era possuir uma conta nos EUA num valor estimado em 600 mil dólares. De referir também que a empresa permanecia activa em 2021. O Presidente da IDC referiu aos media colombianos que ele e a esposa fundaram esta empresa em 2005 e que, em 2016, as ações da empresa foram transferidas para outra empresa, a Salatina Puyana e Cía S. en C., de forma a cumprir os regulamentos pós-Panama Papers. A Salatina Puyana é uma empresa registada na Colômbia de propriedade do ex-presidente, sua esposa e os três filhos.

Tudo isto parece uma história muito mal-amanhada pelo ex-governante colombiano, a nova estrela dos correligionários de ACJ. Parece que a UNITA e os seus dirigentes, mais uma vez se veem envolvidos numa trapalhada e em más companhias.