Os muros tombaram, o vento levou o pó, os escombros ficaram a nú, horas depois do encerramento do XIII Congresso, as luzes da ilusão apagaram-se, alguns ilustres tropeçaram nas armadilhas, estalou o verniz, partiu-se a loiça.
Amuado com sinais de traição, o presidente do conclave, general Lukamba Gato, ordenou em clara violação estatutária, que fosse ACJ, acabado de tomar posse, a encerrar o Congresso, nessa altura o caldo já estava entornado, a a esposa de Lukamba Gato, Felicidade Chipuka, a sempre solicita e inseparável da primeira dama do Galo Negro, distanciou-se com frieza.
Dando seguimento ao tradicionalismo da UNITA, as tramas não se fizeram esperar, Samakuva manteve a família e o Bié à sua volta, Lukamba Gato segurou o Huambo e a família, e ACJ desvalorizou a UNITA, bateu o pé e tocou a rebate as suas tropas, os marimbondos, o clã Dos Santos, a rua, ao qual se juntou Kamalata Numa, tudo sob a liderança de Isabel dos Santos apoiada por uma teia de assessores.
No final da tarde de domingo, já eram visíveis movimentações reconciliatórias, e a primeira vítima é Abel Chivukuvuku, ACJ tem a Vieira Lopes o seu número dois, homem da sua total confiança, e chamou a si Nélito Ékuikui, Adriano Sapinala, Navita Ngolo, Clarisse Caputo e Liberty Chiaka, e vai apostar na FPU sem o PRA-JA, distanciando-se da UNITA e do seu passado racista, tribalista, assassino.
Lukamba Gato ameaçou tornar público os compromissos assumidos por ACJ com os marimbondos, Chiwale aconselha calma porque comeram todos do mesmo prato.
ACJ vai privilegiar de imediato a frente externa, hoje mesmo a parir do Porto tem um grupo profissional a trabalhar em contactos na Europa, o empresário Ilídio Cabral acompanhou João Soares a Luanda empresário de construção e político ligados à UNITA e amigos de ACJ.
O Congresso do MPLA vai apanhar uma UNITA em ebulição, o silêncio de João Lourenço tem sido uma arma poderosa, mas o maquiavelismo do Galo Negro é imaginativo e oportunista, o ódio está no ADN dos lunáticos dirigentes insaciáveis, o fim de ACJ vai estar numa emboscada facilmente atribuída ao MPLA, na hora certa da vitimização, a UNITA é assim, não há volta a dar.
A escalada da tensão vai levar a um período pré-insurrecional, em lapsos de consciência já se vacila na vitória nas Urnas, mas a ideia de sublevação e uso da força continua o seu caminho, e movimentam-se meios para a materialização da ideia, a expectativa centra-se agora, de imediato, na postura dos marimbondos na reunião magna do MPLA, é prematuro vaticinar, as toupeiras andam nos esgotos ocultados nos subterrâneos dos oportunistas covardes.
Confesso-me expectante perante os ensaios dos mandantes, a resiliência de ACJ pode ser o fim da UNITA tradicional, mas os velhos timoneiros, donos da herança, jogam em casa e têm nas mãos o paiol dos instrumentos, e têm sagacidade para acabarem de vez com ACJ.