É instintivo, o homem sem razão tenta obscurecer a sua aflição em culpas alheias, entre mosaicos corrosivos e escorregadios, ACJ vai cobrindo o seu chão com ruído para disfarçar e entreter todos quantos usa para atingir os seus intentos.
Há poucas semanas o folclore desfilava nas eleições autárquicas, a busca de um álibi para o objetivo principal era culpabilizar o MPLA de fraude numa derrota nas urnas, mas era necessário que acontecesse antes das presidenciais.
De repente, caída do céu, chegou do Tribunal Constitucional a anulação do XIII Congresso, como por magia surgiram logo os instruendos e contratados a mobilizar a rua, antes porém, imediatamente antes, ACJ refugiou as suas ambições pessoais na FPU, encontrou abrigo noutra ilegalidade para procurar a vitimização que justifique a convulsão social.
O falso engenheiro, falso presidente, falso tudo, que sabe que pode recuperar a nacionalidade portuguesa quando entender, confessa aos conselheiros no Porto e em Roma, que vale mais que a UNITA e FPU juntas, e o tempo de assalto ao Poder tem de ser antes que discutam listas de candidatos, não cabem todos, e os rejeitados podem fazer virar o feitiço contra o feiticeiro.
Há prisioneiros de consciência nas amarras das sentinelas, Samakuva tem família, sabe dos objetivos e dos meios, teme o regresso ao passado por força de uma ação judicial, o pânico que se instalou entre Miramar e a Vila Alice obriga a vigilância apertada das autoridades de segurança, entre Luanda, Benguela e Cabinda passa o bloqueio com ocupação das pistas de aviação.
Vivi de perto e até por dentro sentimentos à tona no tempo da guerra, hoje afastado sinto em amigos próximos de então, que o estigma do ódio está mais apurado e a sede de vingança pressupõem tempos vindouros difíceis, as loucuras e alucinações sabem-se onde começam, nunca se sabe onde terminam, e como acabam.
Vão multiplicar-se nos próximos dias, nas próximas horas, apelos à mobilização com juramentos de vida e de morte, na crise e na aflição procuram-se heróis a quem se promete o “el dorado” da ficção, o Dubai, Singapura, a Nova Zelândia, o Qatar, os Emirados, foram edificados em Paz e Segurança de Estado, João Lourenço começa a colher o que em silêncio semeou em tempos difíceis dentro e fora de Angola, é pena que, a quem se exigia uma oposição responsável e sadia, agite o monstro que afugenta irresponsavelmente a semente e o fermento do crescimento sustentado que Angola e os angolanos tanto necessitam.
Pai, meu Pai, afaste do meu chão ocre do meu Ukuma, entre a serra da Munda e o rio Kuiwa, o cálice tinto de sangue…!!!