O Pólo de Desenvolvimento de Saurimo na Lunda Sul, foi inaugurado nesta última sexta-feira pelo Presidente João Lourenço (JLo). Como a Tribuna já tinha anunciado recentemente, Angola encontra-se numa fase de ampla renovação neste sector (Ver: Sector diamantífero em renovação https://tribunadeangola.org/?p=4971).
Este Pólo conta com uma área de mais de 300 mil metros quadrados, dividindo-se em três áreas: comercial, industrial e outra destinada para a central híbrida (com recurso a energia solar e térmica, para que o empreendimento seja independente da rede pública). Com um investimento inicial de 77 milhões de dólares, são três as fábricas que vão estar incumbidas na lapidação de diamantes. A Kapu Gems com capacidade para lapidar 5 mil quilates por mês, a Stardiam (508 quilates/mês) e a Kothari Indústria (12 mil quilates/mês) – empresa afecta à SODIAM em parceria com a empresa indiana KGK.
Situado na zona norte de Saurimo, na sua plenitude o Pólo irá garantir 5000 postos de trabalho. Seguramente que este novo empreendimento será um foco de desenvolvimento para a região, porquanto vai atrair investidores e impulsionar o ramo empresarial, principalmente na vertente turística e consequentemente no sector da hotelaria e dos transportes.
Após a inauguração, JLo manifestou grande satisfação, tendo destacado que os principais objectivos do governo é favorecer um maior rendimento do negócio do diamante e garantir postos de trabalho para os jovens. Nesse ponto, a multinacional Kapu Gems que é de origem indiana e trabalha com o mercado de lapidação há mais de 50 anos, fez saber através do seu Conselho de Administração, que vai arrancar com 50 trabalhadores, podendo chegar posteriormente aos 300 empregados.
Já a Stardiam, informou através de um responsável dos recursos humanos que a empresa garantiu emprego a 100 nacionais e 35 expatriados que também vão colaborar na formação de colaboradores locais com o intuito de ter mais especialistas num espaço de três anos.
O Chefe de Estado aproveitou também para esclarecer que a venda dos diamantes em bruto não é tão rentável, daí que a criação de um centro desta natureza na Lunda Sul vá ao encontro do que se pretende, que é a exportação deste produto com ‘valor acrescentado’. Aliás, JLo estabeleceu mesmo um paralelo com o Sector dos Recursos Minerais e Petróleo, realçando que o Executivo já tomou medidas proveitosas na produção de refinados. Isso acontece, por exemplo nas novas refinarias em Cabinda e no Soyo, bem como no esforço que vem sendo desenvolvido na capacidade de refinados na fábrica de Luanda, e também na finalização das obras da refinaria do Lobito.
O escopo deste empreendimento projecta desenvolver o fomento da lapidação de diamantes brutos extraídos no país, a sua comercialização no mercado interno e externo pelo Executivo, e também viabilizar a formação de quadros nacionais e a criação de emprego num reduzido espaço de tempo.