Discursos inflamados de demagogia, palavras ensaiadas para auto-satisfação do ego, irresponsabilidade e ausência total de noção de Estado, é o somatório da sombra que já não consegue ocultar o desnorte da amálgama fragmentada dos que se digladiam no topo do Galo Negro.
O ruído da vitimização induzido por uma contra-informação gratuita, deu frutos na alienação dos desatentos, todavia cansou e repartiu os louros pela UNITA e pela rua que a ultrapassou. Adalberto Costa Júnior agarra-se aos anarquistas para segurar-se na liderança, mas de José Eduardo dos Santos ao general Gato a perda de confiança lança-o para o vale tudo.
A UNITA está com a sua complacência a fabricar mártires, mitos, ícones que desafiam a autoridade do Estado, entre o retrato de outrora e o espelho de agora há similitudes assustadoras, além da partilha das mordomias com os marimbondos, o Galo Negro tem um rasto de morte e destruição que não assume, como não assume esta irritante subordinação a Zédu e Isabel dos Santos a troco de interesses inconfessáveis, ou talvez não.
A UNITA é o paradigma de um palco de doutores, de generais sem armas, e de cruzes em cemitérios improvisados do hediondo desrespeito pela vida, desgraçados daqueles que necessita de regressar ao passado, a memória estarrecedora inquisitorial contraria a tão apregoada luta pela Democracia.
O general Gato foi militar de gabinete em Paris, Ernesto Mulato foi exilado na Alemanha, Samakuva desfrutou da guerra em Londres, Adalberto Costa Júnior passeou-se por Portugal sem completar curso algum, fez formação em Roma num estágio de Verão, e as FALA foram organizadas em 1975 no Kwanza por ex-oficiais e sargentos das Forças Armadas portuguesas, como consta em documentação oficial de vária ordem.
ACJ fala em sociedade civil, mas quais são as proeminentes figuras públicas apartidárias que emprestaram o seu apoio sem reservas ao líder da UNITA? Juventude anárquica? Exilados em Lisboa? Técnicos de propaganda principescamente pagos?
Uma coisa é evidente, o apelo à tomada do Poder através da rua é uma constante, o lançamento do pânico é perene, não faltam os patetas e os idiotas úteis para abrirem alas, tudo em nome da democracia, mas sem compromisso de governação com programa. E com quem?