A abertura da Bolsa de Diamantes de Angola prevista para 2022 e a construção do Polo de desenvolvimento Diamantífero de Saurimo na província do Lunda Sul, com previsão de inauguração ainda este ano, são dois exemplos de uma renovação que este sector tem sofrido e que o Executivo angolano tem facultado especial atenção.
De acordo com o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, Angola pretende abrir já no próximo ano numa versão experimental a Bolsa de Diamantes de Angola, sob a liderança da Sodiam e da Endiama, admitindo a cooperação de outras bolsas, como por exemplo a Antwerp World Diamond Center, no domínio da comercialização de diamantes, desde que seja numa posição de ‘win-win’.
“Queremos que os angolanos beneficiem mais dos seus diamantes, aumentando o seu valor, criando mais empregos e mais receitas para o tesouro nacional, tudo em obediência ao Tratado do Processo Kimberley”, enfatizou o ministro.
Aliás, já no início desta semana, Diamantino Azevedo informou que o país comercializou nos últimos três anos 35 milhões de quilates de diamantes, que resultaram em 4,6 mil milhões de dólares de receitas para Angola. Ao nível da produção, isso correspondeu a 9,1 milhões de quilates em 2017, 9,4 de milhões de quilates em 2018, em 2019 de 9,1 milhões de quilates, e no ano passado (já com a pandemia de covid-19), ainda foram produzidos 7,9 milhões de quilates.
Foi destacado também a implementação de uma plataforma online para a realização de vendas nas modalidades de ‘tenders’/leilões, de forma a tornar mais transparente a comercialização e exportação de diamantes brutos.
Já ao nível de empregabilidade, com a entrada dos novos projectos em curso, serão assegurados mais de 4000 novos empregos até 2022.
Para este ressurgimento do sector diamantífero, em muito contribuiu a construção de três novas fábricas de lapidação da pedra preciosa em Luanda, uma vez que se deu o alargamento da base de valor acrescentado do diamante e expansão da cadeia de valor.
E claro, não pode ser ignorado o Polo de Saurimo, que vai reunir num só lugar todas as empresas do sector, tanto públicas como privada. Este polo industrial irá incluir fábricas de lapidação de diamantes, escritórios e um centro de formação.
O país não pode desperdiçar as suas riquezas e deve objectivamente canalizá-las em prol da sociedade angolana. Como sublinhou recentemente José Ganga Júnior, Presidente da Endiama, “hoje, Angola é um dos países com maior potencial para a mineração de diamantes devido às suas reservas. É um país virgem e estamos absolutamente abertos a qualquer pessoa interessada em investir em Angola”.