PRODESI firme no bom caminho

ByTribuna

12 de Agosto, 2021

O Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), tem sido desde o início um bom exemplo de como um governo deve orientar a sua política económica e financeira, havendo uma regular explanação das estratégias seguidas e de como os dinheiros vão sendo recepcionados ou investidos.

O principal rosto deste Programa nos tempos mais recentes tem sido o Secretário de Estado para a Economia Mário Caetano João, que não sendo negacionista das dificuldades que o país enfrenta, devido aos mais variados factores, é porta-voz de factos sustentado em números concretos.

Em meados de Julho, tivemos a informação que nos últimos seis meses tinham sido aprovados 798 projectos. Destes, o sector da agricultura foi aquele que viu mais projectos aprovados, com um total de 362, seguido pelo sector do comércio e distribuição com 226, e em terceiro lugar, o da indústria transformadora com 122 projectos.

Meia dúzia de dias depois, o director nacional para a Economia Competitiva do Minsistério da Economia e Planeamento, João Nsoki revelou que as exportações ao abrigo do PRODESI chegaram quase aos 25 milhões de dólares, durante o primeiro semestre deste ano.

Os três produtos mais exportados foram o cimento (11,8 milhões de dólares), com uma híper variação percentual superior a 401,68 % face ao período homólogo de 2020, seguido da cerveja (5,2 milhões de dólares) e as embalagens de vidro para fins diversos (2,5 milhões de dólares), com variação superior a 440 %. Os principais países receptores das exportações angolanas foram o Congo Brazzaville, a República Democrática do Congo e os Camarões.

Relativamente às principais importações, João Nsoki destacou a carne de frango, o arroz e o óleo alimentar de soja, destacando-se como países mais exportadores para Angola o Brasil, Estados Unidos da América, e com alguma surpresa, a Índia, que apresentou uma variação positiva de 102,14 %.

Já no início deste mês, Mário Caetano João levantou a “ponta do véu” para o futuro, anunciando que, ao abrigo do instrumento Aviso 10/20 do Banco Nacional de Angola, da linha de crédito proporcionada pelo Deutsche Bank, das Medidas de Alívio Económico e do Projecto de Apoio ao Crédito, vão ser investidos 664,8 milhões de kwanzas, em 247 projectos no âmbito do PRODESI.

O Executivo governamental tem vindo regularmente a explicar as valências deste programa, possibilitando muitas das vezes financiamentos em actividades que têm grande potencial em regiões muito problemáticas, como é o caso da província do Cunene. Nesta província, dos 30 projectos aprovados, 27 já receberam financiamento, num valor global superior a mil milhões de kwanzas, estando já a surtir efeitos positivos no aumento da produção.

Para este segundo semestre de 2021, o Programa prevê seguir com a operacionalização da rede de Agentes de Mobilização e Apoio ao Produtor, e atingir ainda este ano, 10 mil produtores, registados no Portal do Produtor Nacional.

Ao nível da formação destaca-se o programa “Envolver”, destinado a técnicos do INAPEM e bancos comerciais.

Quanto a financiamento, segundo João Nsoki, há a perspectiva da disponibilização de recursos de financiamento para os sectores alvos do PRODESI, beneficiando, com crédito no presente ano, 500 empresas e cem cooperativas, assim como disponibilizar-se nova tranche de financiamento para microcrédito.