Depois da estreia internacional a 21 de junho no cinema São Jorge, em Lisboa, Portugal, a longa-metragem Mwana Nkento, uma produção 100% angolana, estreou nos cinemas de Angola. A estreia aconteceu em simultâneo nos Cinemax das províncias de Lubango, Benguela e Huambo, e nas salas Cinemax do Kilamba, Nova Vida e Talatona, na capital.
Os promotores preveem que dia 13 de agosto a película chegue às salas ZAP Cinemas e então ficará completa a exibição de um filme que retrata a história de dois jovens (interpretados pelos atores Lélis Twevekamba e Evanilde Ferreira) que, fazendo parte de dois grupos étnicos diferentes, decidem lutar contra as tradições que os impedem de estar juntos e viver um grande amor.
Com produção executiva do também ator Sílvio Nascimento, foi este quem salientou a importância deste trabalho no contexto do novo cinema angolano, que tem vindo, paulatinamente, a conquistar qualidade. “Viemos reforçar a ideia de que o cinema angolano está vivo, tem qualidade e, na maioria das vezes, só precisa de mecenas que nos possam ajudar a produzir mais, representar mais e a viver mais a arte”, reforça.
A produção, que tem o selo de garantia da Mbanjo Studios, esteve a cargo, além de Sílvio Nascimento, de Joel Benoliel e Allen Mamona, e é uma história contada com base em factos verídicos.
Na ante-estreia do filme esteve presente o Vice-Presidente da República angolana, Bornito de Sousa, num evento que também juntou no mesmo espaço em Luanda jornalistas, membros da equipa de produção, atores e patrocinadores.
O filme conta a história de dois jovens, Nakakalepo e Massala, que pertencem a diferentes grupos étnicos – um Kwanhama e outro Bakongo – que apaixonam perdidamente e têm relações sexuais antes do compromisso e da autorização dos pais, tradição quebrada que acabará inevitavelmente em tragédia.
Objetivo: internacionalizar o cinema angolano
A película conta ainda com atores como Fernando Mailoge, Mariana António e Carlos Carvalho e a direção de atores esteve a cargo de Fernando Quissola e Alfredo Dambe. A fotografia foi da responsabilidade de Tekassala Basodia. Os produtores foram Iracelma Cabral, Iracelma de Oliveira e José Kiteculo, com coprodução de Levis Albano.
A obra foi gravada na povoação da Caxala, província do Bengo, sob realização de José Ambriz “Satanha Cinéfilo” e produção executiva de Sílvio Nascimento, que destaca as intenções culturais desta longa-metragem. “Quisemos elevar os usos e costumes nacionais, no cinema internacional, explorando o mosaico cultural angolano. Conseguimos produzir a longa-metragem que passou por uma edição profunda, para a valorização da sua qualidade cinematográfica. É um filme de irmãos. Mais do que angolano é africano. Foi produzido para festivais internacionais”, confirma.