CPLP: foco de Angola será cooperação económica e empresarial

ByTribuna

14 de Julho, 2021

No final desta semana, a cidade de Luanda vai ser a anfitriã da XIII Conferência dos Chefes de estado e do Governo no âmbito da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), organização internacional, cujos objectivos gerais visam o aprofundamento da amizade mútua, concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico entre os seus membros. O dia 17, dia do grande encontro entre os chefes de estado e governo, coincide também com os 25 anos de existência desta organização, cuja presidência rotativa será assumida por Angola para os próximos dois anos (2021-2023).

Em conferência de imprensa, o Ministro das Relações Exteriores, Téte António, destacou que o país tem como principais prioridades a cooperação económica e empresarial. Dentro deste quadro, é assim fundamental identificar bases de expansão do mercado intra-comunitário, formas de fortalecimento da atividade das confederações e associações empresariais, assim como desenvolver uma plataforma consensual de diálogo multilateral ao serviço do financiamento, investimento, trocas comerciais, crescimento e desenvolvimento dos Estados-Membros da organização.

Por último, mas não de somenos importância, vai-se procurar direcionar a CPLP no reforço da mobilidade entre os Estados membros, estando previsto a assinatura de um acordo no decorrer da cimeira.

Sob o lema “Construir e fortalecer um Futuro Comum e sustentável, está também agendada para 15 de Julho, uma Mesa Redonda sobre a Cooperação Económica e Empresarial em formato presencial e virtual. A finalidade desta, é a procura de subsídios e consensos que permitam o estabelecimento de estratégias, políticas, programas, projectos e acções de domínio de um Pilar de Cooperação Económica e Empresarial nesta organização.

No dia 16, teremos a reunião ordinária do Conselho de Ministros, e no dia seguinte, a XIII Conferência dos chefes de Estado e do Governo, que abordará o tema do fortalecimento e promoção da cooperação económica empresarial, em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável dos países.

Esta cimeira marca o fim da presidência cabo-verdiana da organização, cujo ponto alto culmina com a assinatura do acordo de mobilidade interna. Em entrevista à Agência Lusa, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, sublinhou que “é um acordo tecnicamente complexo, mas foi um trabalho que fizemos, conseguimos negociá-lo e esse modelo obteve o consenso de todos”.

Sem embargo todos estes factores positivos já mencionados, Angola enfrenta um conjunto de desafios que não devem ser ignorados. Em primeiro lugar, há que desenvolver uma estratégia de manutenção da paz e segurança dos Estados membros, onde o tema concernente a Cabo Delgado em Moçambique não pode ser descurado, e certamente fará parte da agenda.

Além disso, não nos esqueçamos da origem da CPLP, que teve a língua portuguesa como base matriz da sua constituição, daí ser importante que Angola continue a apostar na implementação de um expediente de cooperação académica e cultural.

Por fim, Angola deve incrementar através da organização a coordenação e cooperação no combate à pandemia da covid-19, bem como aprimorar a relação dos Estados com o Mar.

Criada em 1996, a CPLP conta actualmente com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial.