Paulo Flores, a estrela maior da música angolana e embaixador do Semba, juntou-se ao cantor lírico Nelson Ebo, e ambos foram convidados para cantar, no passado dia 15 de junho, a música ‘Monami’, num workshop cultural que teve lugar na sede europeia das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.
O encontro de artistas de áfrica e do mundo foi dedicado ao tema “Preservação de Património e Herança Cultural”, e Angola, através destes seus dois conceituados artistas internacionais, representou o legado de África no mundo.
Segundo revela o próprio Paulo Flores nas suas redes sociais, “recebemos o convite das Nações Unidas, por parte do nosso amigo Enrico Muratore, para cantar durante o congresso sobre a recuperação e preservação de património e memória, um workshop sobre a nossa herança cultural e preservação dos costumes e hábitos”, e o tema ‘Monami’ foi “a única atuação musical neste congresso”.
“Foi uma honra termos sido os escolhidos”, relembra Paulo Flores, sentindo-se honrado pela experiência e oportunidade. “Nós os dois, representando a música de Angola, representámos as heranças culturais, o nosso património e o património de todo o mundo”, sublinha.
Paulo Flores nutre uma grande amizade por Nelson Ebo, um cantor lírico angolano que escolheu Nova Iorque para se radicar e ganhar asas na internacionalização. “Obrigado Nelson Ebo por seres este enorme ser humano. Generoso, grande tenor e cantor lírico, que encanta com a sua voz e alma o mundo inteiro, dirigido por grandes maestros e acompanhado pelas melhoras orquestras de Nova Iorque e do mundo. Obrigado mano Nelson”, agradece.
‘Monami’ homenageia crianças mártires
“Cantámos a música ‘Monami’, de autoria de Fontes Pereira (Fontinhas) em Kimbundu, representando a perda de um filho. A música é uma homenagem a todas as crianças que se perdem nas guerras e nas fronteiras que os adultos impõem: na miséria e na fome, de comida, de cultura e de educação”, relembra Paulo Flores.
O tema foi gravado em vídeo com as vozes do embaixador da Semba e do tenor Nelson Ebo, de seguida misturadas com o som de um violão tocado na cidade de Setúbal, em Portugal, e a edição foi finalizada por Dimitri Arnauts, na Bélgica, provando não haver barreiras à cultura e ao gosto.