O Diploma do Candidato

ByKuma

19 de Novembro, 2025

Se dúvidas houvesse, a postura de mansinho de Rafael Massanga Savimbi numa campanha onde, repetidamente, se transformou em “calçadeira” do bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, chegou a confirmação da premiação do frete, o herdeiro de Jonas Savimbi vai continuar os seus estudos no Porto, em Portugal, onde tem habitação familiar.
Mas para fazer jus à fidelidade do ADN ancestral, as narrativas multiplicam-se com justificativas subjetivas, mas com a objetividade insofismável, que o líder da continuidade na UNITA é o portador do ódio mais revelador contra João Lourenço e o MPLA.
Nestes festejos do Cinquentenário da Independência de Angola, não faltaram papagaios a ciceronear atos e mensagens ao atropelo de realidades que não viveram e não conhecem, é tudo doutrina balofa, inócua, emergentes das trapalhadas de uma Independência inacabada, minada, consumada perante o analfabetrismo político funcional de todos, Angola foi confundida com um campo de batalha, consequente da Luta Armada dependente de fatores externos.
A seguir ao Alvor, Portugal demitiu-se das suas responsabilidades, traiu os angolanos e portugueses, e toda a desgraça que se consumou no 1º de Maio de 1975, foi incentivada pela passividade portuguesa, que a exemplo de Lisboa, os militares revolucionários do MFA, digladiaram-se também em Luanda. Basta constatarmos a múltiplas substituições dos Altos Comissários, Silvino Silvério Marques, Rosa Coutinho, Silva Cardoso e Leonel Cardoso.
Antes do 11 de Novembro, estive com Fernando Wilson dos Santos em Luanda, na Rua da Missão, junto ao Trópico, e não raras vezes, Johnny Pinnock Eduardo convocava o Conselho de Ministros, e repetidas vezes sem quorum. Da FNLA aparecia Samuel Abrigada, da UNITA Jerónimo Wanga, e do MPLA Diógenes Boavida, os restantes já justificavam as ausências por insegurança. No entanto, a luta da informação não dava tréguas, Manuel Rui Monteiro, Endrick Val Neto e Jaka Jamba, assumiam a discórdia e adivinhava-se o desastre. 
A história é longa, diria extensa, a parte ministerial portuguesa liderada por Vasco Vieira de Almeida, abandonava Luanda, e já em Outubro as tropas de Mobutu com o “crachat” da FNLA estavam em kifangondo, e o Batalhão Búfalo comandados pelo general sul-africano Magnus Malan, entravam pelo Sul de Angola, coordenados pelo tenente coronel Santos e Castro, último governador português no Cuanza Norte, e irmão do último governador geral de Angola, Fernando Santos e Castro.
Há uma verdade sistematicamente escamoteada, a Guerra Cívil, o armamento dos Movimentos de Libertação, a entrada de forças expedicionárias e mercenárias e o êxodo dos portugueses de Angola, tudo isto foi iniciado e incentivado sob jurisdição portuguesa. A ponte aérea para Lisboa foi concluída em 30 de Outubro de 1975, e a verdadeira Revolução democrática em Portugal, só viria a acontecer a 25 de Novembro de 1975, após a Independência de Angola.
Entretanto, já depois do Alvor, criam-se as FALA, braço armado regular da UNITA, liderado pelos ex-oficiais da tropa colonial Samuel Sachiambo e Waldemar Chindondo, do Grupo de Cavalaria nº1 de Silva Porto – Cuito, e dos ex-furriéis formados a EAMA – Escola de Aplicação Militar de Angola, Batista Chindande (Black Powel), Demóstenes Chilingutila, Martinho Épalanga, Kamalata Numa, e outros. Da guerrilha vieram as figuras decorativas como Samuel Chiwale, Ernesto Mulato, Jeremias Cussya. Politicamente eram notados além de Jonas Savimbi, Jorge Valentim, Jaka Jamba, Wilson dos Santos e o grande diplomata Jorge Sangumba.
Esta descrição vem a propósito do presente, as trincheiras de Waku Kungo e da Cangala em 1975, restam no comando inequívoco da UNITA a oligarquia déspota familiar, com os mesmos protagonistas desse tempo, menos os que partiram e deixaram os filhos como herdeiros. 
O bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, é o rosto desta farsa repetida vezes sem conta, ele é insubstituível enquanto embaixador do saudosismo português, e na UNITA cumpre o desiderato imposto pelos que fazem todo este alarido frenético no Cinquentenário, representante o Galo Negro e centro executor do ódio ao Senhor Presidente da República.
Poderemos aguardar mais tempo pela chegada do futuro sem que haja uma reformulação do espectro partidário?

O País não pode esperar mais, João Lourenço separou as águas, mas a corrente é muito forte, ele tem de ser o protagonista da mudança e o feitor da transição, não haja mais ilusões, o Governo não pode ser um gestor de crises institucionais,não pode ser um corredor de obstáculos ao desenvolvimento.

E, aqui mais uma vez a razão entronca-se com a história, aquilo que hoje aflige os discursos inflamados da Oposição, foi uma, duas, três, quatro vezes destruído pela UNITA, com milhares de mortos inocentes, ou seja, foram muitos dos protagonistas de hoje que aniquilaram o antigo Corredor do Lobito, a linha férrea do CFB, do Lobito a Dilolo, arruinando a própria região que dizem pertencer-lhes. Sadismo? Não…!!! Alienação.
Alguém me quer desmentir? Eu vivi e assisti aos escombros do ódio que hoje persiste.
Ora digam lá se é ou não, urgente e necessário, uma Nova República?