Não foi João Lourenço, muito menos Fernando Miala, permanentemente apontados como responsáveis de todos as males da justiça ou injustiças, que por uma vírgula mal colocada ou a falta dela, meticulosamente ensaiadas nos escritórios dos advogados de Lisboa, que criam impunidades absurdas, incompreensíveis à leitura do público, como a absolvição de “Kopelipa” Manuel Hélder Vieira Dias Júnior.
Há muito que pairava a suspeita de desleixo e cumplicidade do primo Hélder Pita Groz, Procurador Geral da República, que entre amigos nos almoços de sábado dava sinais de satisfação de objectivo cumprido.
O preço a pagar por Angola e todos, repito todos, os angolanos, não é apenas a inocência torpe e ignominiosa de “Kopelipa”, o custo maior desta “borrada” mal disfarçada, é a descredibilização da justiça angolana e, simultaneamente, complicar a recuperação de Ativos Nacionais no Estrangeiro, desiderato explorado pelos mesmos juristas que influenciaram o nosso PGR.
Creio estar chegada a hora, a meu ver, do Senhor Presidente da República exercer o seu prestígio como angolano, e confiança como africano, para começar a estender a sua ação governativa na transformação Sistema retrógrado que gera incompatibilidades insanáveis, como opção inadiável para salvar o Regime que vacila perigosamente face aos desafios que sustentam vulnerabilidades.
Portugal, as suas instituições, os seus representantes, não são exemplo para ninguém, a sua autonomia política e económica centralizou-se em Bruxelas, os seus políticos representam grupos de interesses que digladiam na distribuição do bolo, sendo que as elites, uns baixinho, outros com ruído, sofrem ainda do complexo imperial.
Depois do XIV Congresso da UNITA, iremos assistir a uma proliferação sonora entre Lisboa e Luanda, o pior que pode acontecer, e vai acontecer se deixarmos, é deixar confundir a nossa hospitalidade, liberdade, e até respeito, que nos confundam com anjinhos a dar asas ao André Ventura, ao Costa e Silva, e até Marcelo Rebelo de Sousa, cuja instabilidade emocional e intelectual, fazem dele um ativo tóxico nas relações representativas de Estado.
Chegou a hora de João Lourenço erguer o seu legado político, a Refundação do Estado é uma tarefa hercúlea, a Oposição é hoje uma desesperança do passado, o mundo está em mudança acelerada, Angola tem de responder à chamada, temos a intriga normalizada, a leviandade e calúnia em efetiva desresponsabilização, é tempo de mudança de paradigmas, é hora da Nova República.
Alguém se Enganou

