O ditador português Salazar justificava a guerra colonial contra a independência de Angola afirmando que o país era uma construção portuguesa. No momento em que os portugueses abandonassem Angola, referia o ditador, o país dividir-se-ia em variados reinos e pedaços.
Apesar da sangrenta e triste guerra civil que se seguiu à independência em 1975, a verdade é que Angola continuou um só país, uma só nação. Contudo, hoje os ventos que sopram da UNITA parecem querer dar razão ao ogre português. A UNITA está a jogar com os separatismos para alcançar o poder, destruindo pelo meio a identidade nacional.
Em relação a Cabinda ouvem-se ruídos de aprovação provenientes do ex-partido da oposição, agora partido da agitação extra-constitucional. A UNITA começa a considerar as propostas de independência de Cabinda e a instalação lá de um Estado Islâmico, pois os rumores afiançam que os insatisfeitos fizeram um pedido de adesão à Liga Árabe, um primeiro passo, para tentar implementar no território uma guerrilha islâmica como em Moçambique, o que não vão conseguir, mas para o que contam com o apoio dissimulado da UNITA. Portanto, para Cabinda a UNITA propõe um Estado Islâmico independente de Angola.
O mesmo acontece para as Lundas. Aí a UNITA apoia e está a fomentar as manobras divisionistas assentes na discriminação tribal de determinados movimentos que buscam a sua legitimidade num qualquer tratado colonial…o que é bizarro para um país independente. A UNITA fomenta o separatismo nas Lundas, e está a envidar esforços para criar um clima de grande agitação que leve à sublevação da província.
Em resumo, a UNITA está a promover a independência de Cabinda e sua transformação num Estado Islâmico e a separação das Lundas e criação de um Estado tribal.