ACJ – desafio e consequências

ByTribuna

30 de Maio, 2021

É na oposição que se conquista credibilidade para que os cidadãos, em democracia, possam ter em conta nas suas escolhas, é na oposição que se perde o caminho e se destrói o futuro, com incompetência e leviandade, com ilusão e megalomania, com imaturidade ou dependências que mutilam a personalidade dos protagonistas.

Adalberto da Costa Júnior incorpora na íntegra o desafio ao Estado de Direito, desvirtua o confronto partidário, arremessa ódio e uma ânsia frenética de assalto, contra o Estado, essa entidade abstrata que exige e merece o respeito de todos os cidadãos.

A deslocação para a urbanidade, o deslumbramento das luzes, confrontaram a ruralidade da UNITA com o modernismo da cidade, foi-lhes servida civilidade em bandeja doirada, mas a falta de cultura democrática fez emergir a ilusão e fez sonhar com o Poder a qualquer custo.

A ausência de contactos internacionais, a inexistência de relações políticas internacionais, facilitam parcerias bizarras, no vale tudo do Galo Negro cabem os marimbondos que saquearam Angola, os que defraudaram os angolanos, e na busca de mordomias materiais até aparecem facilitadores do expansionismo do fundamentalismo islâmico, que tão mal e tanta destruição têm causado em Moçambique e na Nigéria.

Ontem mesmo, ACJ afirmou querer o Poder já, na sua teia partidária, cedendo à ala bélica liderada pelo general Gato, semeou ventos delirantes de demagogia que, invariavelmente, colhem tempestades. Esta da União Europeia ter confrontado Luanda  com a derrota nas eleições e a saída do governo, é de bradar aos céus, nem na iniciação política uma infâmia destas era credível.

Em França não existe resistência senão a verborreia debitada nas redes sociais, bem paga por sinal, os gauleses estão atentos e não querem nenhum tipo de manifestação pública. A grande orientação política de ACJ é o governo da Guiné Bissau e as ordens enviadas por José Eduardo dos Santos pelos seus representantes.

Uma empresa de comunicação sediada na cidade do Porto, em Portugal, está a elaborar uma série de comunicações de personalidades angolanas, para invadir as redes sociais com propaganda, enquanto isso vai valorizar-se a capacidade empresarial de Isabel dos Santos para que se apresente como alternativa de desenvolvimento em Angola. 

Desafiar o Estado é a negação de quem quer governar, o tom apaziguador do Presidente da República não pode ser confundido como chicana política, por muito que a UNITA queira disfarçar, o desafio está lançado e terá de assumir as mortes de tantos homens e mulheres assassinadas em dúbias situações, como exemplos temos Fernando Wilson dos Santos, Tito Chinguji, Jorge Sangumba, Valdemar Chindondo, e tantos outros ostracizados. 

Quantos milhares de angolanos tombaram em Angola na Guerra Civil? Será que as tantas vitórias apregoadas pelo Galo Negro não mataram ninguém? E o perdão às jovens violadas, traumatizadas, tolhidas de futuro sem esperança? Não se mataram famílias inteiras pelo simples facto de se oporem à opção de guerra do líder?

A longa noite eleitoral ainda é uma criança, o Poder conquista-se nas Urnas, não na rua onde desfilam em circo foliões e assistentes, e pelo madrugar, no momento das escolhas, o voto míngua porque multiplica-se o descontentamento, até lá o caminho é sinuoso e frágil, não se compadecendo com aventuras de rua, tudo tem um limite e o sonho pode virar pesadelo.

Kuma