Os diamantes são os melhores amigos das mulheres, já ouvimos esta frase vezes incontáveis nos mais variados contextos. No caso de Angola e Bélgica, os diamantes também podem ser uma fonte rica de benefícios mútuos entre os dois Estados.
No executivo de João Lourenço estão a ser criadas algumas das condições fundamentais para que o mercado diamantífero prospere e traga benefícios efectivos e palpáveis para a sociedade angolana.
Um dos primeiros passos dados foi a alteração da legislação que acabou com os compradores preferenciais. Associada a esta vertente, sublinha-se o empenhamento que o governo tem demonstrado na luta contra o garimpo ilegal, que acaba por despojar milhares de quilates da produção oficial nacional.
O primeiro trimestre de 2021 foi bastante positivo para a indústria diamantífera nacional, as receitas subiram 26 % face ao mesmo período no ano anterior, traduzindo-se numa receita de 220 milhões de dólares. O objectivo para este ano, é alcançar uma produção global de 10,5 milhões de quilates, e se possível chegar no próximo ano aos 14 milhões, valores consideravelmente superiores aos actuais 9 milhões produzidos em média nos anos mais recentes.
No início desta semana, no âmbito de uma reunião com mais de 20 empresários belgas ligados à Antwerp World Diamond Center (AWDC), ficámos a saber através do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo que os dois países, Angola e Bélgica vão reforçar através desta organização (o maior Centro Mundial de Diamantes está situado em Antuérpia e representa mais de 1600 empresas desta indústria) os investimentos neste mercado, levando em consideração a dinâmica actual de Angola.
Por seu lado, a Bélgica, pela voz do seu Embaixador em Angola, Jozef Smets, enfatizou a vontade das empresas do seu país firmarem parcerias sólidas com empresas angolanas do ramo da indústria diamantífera. Os dois países salientaram a importância de estabelecer bons contactos e fazer boas negociações, reconhecendo a enorme potencialidade de Angola.
Diamantino Azevedo reforçou ainda a ideia que Angola vai ter, com carácter experimental, uma Bolsa de Diamantes de Angola já a partir de 2022, contando para isso com a colaboração de empresários belgas, clamando para o executivo o dever de criar as condições essenciais para melhorar a comercialização dos diamantes produzidos no país. Dentro deste enquadramento acrescentou: “vamos trabalhar juntos para dinamizar o sector, pois o povo angolano pode beneficiar-se dos diamantes, por via do aumento do seu valor, da criação de emprego e, consequentemente, do aumento das receitas para o tesouro nacional.”
Angola é o quarto maior produtor mundial de diamantes, ficando apenas atrás da Rússia, Botsuana e República Democrática do Congo. Contudo, o objectivo final é colocar o país no pódio, contando para isso com um precioso “casamento” celebrado com a cidade de Antuérpia, a segunda maior cidade belga, e o maior pólo mundial de lapidação e comércio de diamantes. Cerca de 84 % dos diamantes brutos de todo o mundo passam por esta cidade, sendo que Bélgica, Índia e os Emirados Árabes Unidos representam os três principais mercados dos diamantes extraídos em Angola.