UNITA – Atracção fatal

ByTribuna

12 de Maio, 2021

A falta de apoios diplomáticos aliada à falta de prestígio pessoal, fizeram desta investida de Adalberto Costa Júnior a África e Europa, um fracasso demonstrativo da sua imaturidade e capacidade de gerir um Estado, percorrendo até, caminhos sinuosos que comprometem uma Nação como Angola no concerto planetário.

Associar à UNITA um Estado como a Guiné Bissau, tido como uma das placas do tráfico de estupefacientes, e simultaneamente aos extremismo e fundamentalismo islamita, é arrasador para a perspectiva de um país carente de investimento estrangeiro, com investimentos já assinalados para breve, numa época em que cada cêntimo de investimento é conquistado a palmo pela diplomacia internacional.

Em Portugal para além da sua tertúlia no Porto, a quem deu conta das suas dificuldades em pacificar e unir o Galo Negro, a sua acção não foi além de um encontro com João Soares na sua residência, numa altura em que este não ocupa nenhum  cargo político e é associado à UNITA, dizem, com negócios que se iniciaram na Jamba.

Também causou bastante estranheza o facto de não ter regressado a Luanda imediatamente após o falecimento do seu primeiro-ministro sombra Raul Danda, e seria mesmo o general Paulo Lukamba Gato a impôr o luto do Partido em memória do malogrado político, aliás, facto demonstrativo de quem manda realmente no Galo Negro.

Este núcleo liderado por Lukamba Gato desde a Vila Alice, é o mais anti-português e o mais inquisitorial interno, a sua ascenção será gradual até à proximidade eleitoral, se até lá a desagregação não precipitar os acontecimentos com o muscular das acções de rua, onde será investido muito dos fundos oriundos dos marimbondos.

Para já até já conta com Isabel dos Santos, para o efeito a “rainha africana” exercita artes marciais e bastante colorida para quem perdeu o pai dos filhos há meses. Prioridades…!!!

Segundo declarações do médico que em Lisboa assistia Raúl Danda, este sofria de gordura mórbida intravenosa, já deveria ter vindo a duas consultas, estranha-se por isso, o porquê de não ter acompanhado ACJ nesta viagem.

Como observador questiono-me se não haverá em Angola controlo dos gastos partidários, se a origem dos fundos não deve ser declarada, e se só há marimbondos do MPLA? 

Poderá a UNITA, pela sua ruralidade, ser tida como imune às exigências plasmadas no Estado de Direito?

Os filhos de Jonas Savimbi sentem-se coagidos por querer agradecer publicamente ao Presidente da República pelo facto de os ter recebido quando agradeceram a entrega dos restos mortais do pai, para um funeral digno como aconteceu. Não será altura das famílias que tiveram os seus entes queridos assassinados na Jamba e não só, em solo controlado pela UNITA saberem dos corpos dos seus familiares? Não deveria ser criada uma Comissão Parlamentar para o efeito? Ou será a criação de Autarquias para ocultar ou ofuscar este desiderato?

Haja prioridades…!!!

Kuma