ACJ – Zédu – Tchizé – Conselheiros

ByTribuna

29 de Abril, 2021

George Orwel não podia estar mais assertivo quando em 1945 escreveu o Triunfo dos Porcos, a falta de carácter e de vergonha aliadas a ausência de ética e moral, tem como consequência o espanto da incredibilidade. Não é sofisma nem sequer algo mirabolante, para quem está conhecedor dos factos, é algo esperado que adivinha mau presságio para um futuro próximo.

Após alguns desencontros e acertos negociais, este fim de semana, em Barcelona, após alguns dias de expectativa, vamos ter negociações entre ACJ e a sua comitiva de 6 pessoas, José Eduardo dos Santos, Tchizé dos Santos, e dois advogados portugueses que irão redigir um memorando de entendimento que comporta o regresso de Zédu triunfalmente a Luanda, se a saúde o permitir até lá, e a eleição de Tchizé para o Parlamento angolano.

Jonas savimbi deve estar a dar voltas na sepultura, depois de assassinado, depois de ter humilhado a UNITA com uma derrota implacável e obrigá-la a rendição, depois de ter morto altos dirigentes e familiares do líder do Galo Negro, depois de ter espoliado o país com a sua elite, vê a UNITA a estender-lhe o tapete vermelho da suprema humilhação, a troco de uns trocados para rasgar caminho para o Poder.

ACJ acaba com esta acção de ultrapassar o Galo Negro pela sua ambição pessoal, e a sua cegueira faz menosprezar um MPLA poderoso e enraizado em todo o território, e a sua imaturidade pode ter consequências desastrosas num futuro próximo. Só por irresponsabildade de Estado se cometem estas imprudências numa altura em que o país está sob alçada do FMI, tem um serviço de dívida que absorve a grande fatia do Orçamento, e com o território fustigado com cheias e secas extremas causando sofreguidão ao Povo.

Diplomaticamente a comitiva do Galo Negro não conseguiu abertura em lado algum, mesmo em Roma onde Adalberto desempenhou funções diplomáticas na UNITA, não conseguiu atenção que merecesse deslocação.

Em certos nichos políticos portugueses começa a colocar-se a questão de Tchizé dos Santos estar a exacerbar a sua intervenção política, há quem creia ser necessária escrutínio da PGR e do MNE, a linguagem agressiva e provocadora contra o Presidente da República de Angola, um aliado privilegiado e membro da CPLP não pode ser enxovalhado por alguém com responsabilidades políticas. Há mesmo jurisprudência de dois políticos guineenses que foram aconselhados a inverter o vocabulário e não mobilizar reuniões com mais de 5 pessoas para manifestações políticas contra o país de origem.

Democracia tem regras, pressupõe Liberdade não libertinagem.

Kuma