A verdade sobre a EFACEC no Ruanda

ByTribuna

25 de Novembro, 2020

A máquina de propaganda dos interesses da depredação do país anda a fazer passar uma mensagem absurda: que a Efacec tornou o Ruanda totalmente eletrificado por 10,5 milhões. E acrescentam que tal só não acontece em Angola por maldade do actual Presidente da República, João Lourenço.

Ora ambas as afirmações são falsas. Nem a EFACEC está a electrificar totalmente o Ruanda por 10,5 milhões, nem nunca tal seria possível em Angola se a EFACEC estivesse ainda em mãos privadas.

Sobre o Ruanda a verdade é que a participação da EFACEC é mínima, tendo sido sub-contratada pelo consórcio vencedor de um concurso internacional- a STEG International Services, da Tunísia- lançado pela República do Ruanda para uma empreitada, que consistiu na realização de três sub-estações (SE Mamba de 220kV, SE de Rwabusoro de 220/110/11kV e SE de Bugesera de 220/110/11kV).

A função da EFACEC foi a realização do projeto de engenharia, fornecimento, supervisão e comissionamento das três novas sub-estações em regime de chave-na-mão. Nem mais, nem menos.

Portanto, reconhecendo a excelência da engenharia praticada pela EFACEC há décadas- que não está em discussão- no caso concreto, o que a EFACEC fez refere-se a três sub-estações eléctricas no Ruanda e não a electrificação total, tendo sido sub-contratada para essa tarefa específica por uma empresa tunisina.

Sabemos que se a EFACEC tivesse desenvolvido um projecto desses em Angola, quando propriedade de Isabel dos Santos, os valores seriam logo inflacionados, triplicados ou mais, e uma mera obra transformar-se-ia em coisa de muitos e muitos milhões. Essa é a verdade e esse é o problema.

Como se tem estado a ver, houve um banquete à mesa do dinheiro do petróleo. É esse banquete que, aparentemente, não há no Ruanda. A diferença está aí e não na EFACEC.