A radiografia da República de Angola evidenciada na Assembleia Nacional pelo Senhor Presidente da República, gerou um magnetismo que deu numa ecografia que ultrapassou as fronteiras angolanas. Realismo, emoção, comoção e razão, foi o que os franceses do Le Monde, os espanhóis do El País, os belgas do Le Soir e os ingleses do The Telegraph noticiaram, com um Parlamento em momento único, aplaudindo de pé unânime e demoradamente.
Mas não foi só a substância da intervenção de João Lourenço desarmou toda a Oposição, foi a forma, para o País, para o Parlamento, para o Governo, o líder do Estado e do MPLA, trouxe à tona o seu legado com uma nuance perfumada levemente de despedida, e se a UNITA do bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho” e mandante Lukamba “Miau”Gato, depois de tanto alarido venenoso, fizeram de José Eduardo dos Santos, à semelhança dos “Marimbondos”, o seu herói iluminado, por alguns, mais venerado do que Jonas Savimbi.
Acredito eu, que face ao vazio político filosófico e programático do Galo Negro, resumido numa oposição caceteira com alvos definidos, ainda muita gente vai viver o tempo em que terão saudades de João Lourenço, direi mesmo, a UNITA e o MPLA.
Estrategas de vários quadrantes prevêem instabilidade de proporções imprevisíveis em toda a África Austral, com excepção de Angola e Namíbia, lideranças caducas e frágeis indicam esse futuro não muito distante, o próprio Sahel está prelictante, com o agravante de não tardar o eclodir de confrontação de económica e religiosa entre a China e o Islamismo, face à globalização e a nova Ordem Mundial.
Veremos o que nos reserva o Congresso do MPLA em 2026, a via continua aberta para um militar, insisto que só deverá haver, em favor da estabilidade, segurança e desenvolvimento, lugar para um civil na presidência quando for eleito diretamente por sufrágio direto e universal. Ao fim de 50 anos da nossa identidade enquanto Nação, a dignidade e valorização democrática, passa inevitavelmente por uma Nova República.