Um dos maiores ganhos com o fim da guerra civil em 2002, foi a segurança, estabilidade, liberdade de circulação e estabelecimento. A reconciliação foi sempre mascarada com negociações obscuras, assentes em conveniências de ocasião, que alimentaram e amplificaram desconfianças, fazendo emergir uma Paz vacilante.
Passou muita água debaixo da ponte, manteve-se sempre um diálogo de surdos, esgrimiu-se uma contínua luta pelo Poder, sem modelos de sociedade, sem um projecto de cidadania, atravessamos duas décadas sem rumo, suspensos em questiúnculas pessoais e de grupo.
O Senhor Presidente da República retratou esta semana o País que temos e o País que somos, como qualquer líder estadista determinado e com rumo, não agradou a gregos e troianos, todos aplaudiram entusiástica e demoradamente, houve emoção e comoção, sobretudo quanto, quanto ao reconhecimento cinquentenário, João Lourenço, no exercício da mais Alta Magistratura da Nação, equiparou Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi.
Heresia? Não! Um gesto genuíno de Honra e Reconciliação Nacional.
De resto, a obra feita, os índices conseguidos, não sendo os desejados e necessários, foram de monta e Angola está na rota do desenvolvimento, não foi coisa pouca diante dos desafios da quedas das receitas petrolíferas, do peso de uma colossal dívida externa, de um Estado emperrado, desqualificado, incapaz de responder à modernidade.
Ainda assim a Oposição liderada pelo bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, sempre em busca do protagonismo popularucho, volátil e repetitivo, veio de novo apelar ao despesismo imediato da implantação das autarquias, valeu o discernimento e reconhecimento de Isaías Samakuva, que do alto da sua experiência reconheceu o Ato presidencial.
Mas os desafios aí estão, e se o desenvolvimento dá passos decisivos rumo ao futuro, deve-se sobretudo à estabilidade garantida pelas Forças Armadas e Forças Militarizadas de Segurança, o que implica a meu ver, urgência em não ter pressa, para não haver precipitações na escolhas de candidatos futuros à Presidência da República, já que não se prevê harmonia parlamentar para rever a atual Constituição da República.
Temos o exemplo do Corredor do Lobito, outrora Caminho de Ferro de Benguela (CFB), fundamental para a economia do Atlântico ao Leste, que irá colocar o Porto do Lobito na Rota Atlântica e entrada no Mediterrâneo, com infraestruturas como Refinaria, Pescas, Metalomecânica, Cimentos e Construção Naval.
Mas para que se concretizem todos estes objectivos, é necessário estabilidade, segurança, face aos desafios de instabilidade na RDC, Zâmbia, e outros efeitos colaterais.
Perante esta circunstância, e face ao desafio gigantesco do desanuviamento da pressão demográfica, insustentável e ingovernável, sob pena de hipotecar próximas gerações, obriga a um exercício só gerível através da engenharia militar, não há na Sociedade Civil ninguém capaz de tamanha envergadura. É uma prioridade que deve anteceder a questão autárquica.
Neste quadro minimalista face à grandeza dos desafios de toda a Nação angolana, entendo que, obedecendo à letra à atual Constituição da República, o próximo Presidente da República deveria ser um Militar, porque será por inerência, também o Supremo Comandante das Forças Armadas.
O poder em Angola, quanto a mim, só deverá livre e democraticamente ser entregue a um civil, político ou não, com uma Nova Constituição, com a eleição direto por sufrágio universal, e consequentemente com a implantação de uma Nova República.