Ontem o Senhor Presidente da República, com a serenidade que se lhe reconhece, emocionado como Estadista porque também é homem e cidadão de Angola, encheu uma Nação de júbilo com a sua intervenção no Altar do Povo, na Casa da Cidadania. Foi, por instinto, efusivamente aplaudido num gesto de verdadeira Reconciliação Nacional.
A jovem democracia angolana, coxa aqui e ali, vai-se consolidando com conquistas de todos no nosso tempo de passagem terrena, Angola cresceu demograficamente ao ritmo de 500.000 filhos por ano, infelizmente muito tempo desavindos, percalços de uma Mãe jovem perdida pelas vicissitudes de uma responsabilidade precoce, mas aí está o Cinquentenário, idade madura, para fazer o balanço do passado, para alicerçar uma Refundação no presente para rasgar caminho do futuro, com mais maturidade, exigência e responsabilidade.
João Lourenço, com firmeza, determinação e coração, abriu as portas do diálogo, assumiu com coragem erros e virtudes, assinalando uma grande conquista, uma Nação sentimental e patrioticamente unida na sua diversidade.
Infelizmente, e antes que com meditação conveniente possamos analisar a profundidade da intervenção de João Lourenço na Assembleia Nacional, cabe registar, infelizmente, a postura de todos aqueles que, nesta hora de emoção, friamente colocam os interesses pessoais acima da exigência nacional do momento.
É o caso do líder da UNITA, o bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, que o gesto do Senhor Presidente da República pelo gesto em relação aos Signatários do Acordo do Alvor, por dois motivos significativos de egoísmo.
Primeiro porque sonhava um dia ser ele a praticar gesto similar. Ficou esvaziado de motivo tantas vezes evocado na propaganda e demagogia que lhe é peculiar.
Segundo, veio defender um debate no Parlamento sobre os 5o anos da Independência Nacional, em busca de protagonismo e, simultaneamente, ajustar contas com o passado dilacerando definitivamente o papel dos responsáveis do percurso, para eliminar a sombra de, sobretudo, de Jonas Savimbi, herança que o atormenta, desígnios inultrapassáveis na sua insaciabilidade de glória.
A UNITA tem agora o desafio de, mesmo no Congresso, na voz na nova liderança, ainda que de continuidade, de responder ao repto do Senhor Presidente da República, e terá mesmo de fazer um exame de consciência e de postura, não esqueçamos que a élite do Galo Negro flagelou Joaé Eduardo dos Santos enquanto presidente da república, como faz agora, de forma amplificada com João Lourenço, mas hoje faz de Zédu um iluminado da Nação. Falta de caráter ou de vergonha, temperados com uma enorme dose de oportunismo.
Podem dar-lhe os nomes que quiseram, institucionalmente, para minha alegria e contentamento, ontem lançou-se definitivamente a primeira pedra, iluminada de esperança, da nossa Nova República.
E Agora Intrujão?
