O conceito vem desde a visita à família e à sua casa em Ékunha, a formatação vem de longe, chão arrancado para fazer fogo na cozinha, e tábuas em vez de vidros nas janelas, é o retrato que tenho de Marcolino Moco, que ontem mesmo aqui quis referir pela sua reação no Hotel Intercontinental no beija mão a João Lourenço. Pois não foi preciso esperar mais para que o cipaio colonial viesse a público cuspir no prato que comeu.
Ele é o retrato das pseudo-elites proscritas pelos pares e repugnada pelos cidadãos, que desde o Império Romano, o senador Plínio eternizou: “Roma não paga a traidores, quem trai uma vez está sempre pronto a vender a traição”. Não é à toa, nem por acaso, o que mais gosta é um bom bacalhau regado a tinto do Alentejo, servido no Solar dos Presuntos em Lisboa.
Marcolino Moco faz parte da semente apodrecida que germinou a triste herança que sobrou em 20217, se em vez de uma medalha o senhor Presidente da República lhe entregasse um envelope mesmo do cesto do lixo, com um cheque chorudo do BNA, ou um maço de notas que desse para sustentar os vícios da mente alienada, quiçá João Lourenço teria até que durasse uns trocados, um aliado pronto para desferir mais uma traição aos que hoje aplaudem a sua insanidade.
A democracia em Angola está lenta e seguramente a fazer o seu percurso, o modelo é o nosso, erguida por homens livres, mas, infelizmente temos os que apregoam os europeus e ocidentais, que cumprem os resultados das urnas, a vontade popular, e obedecem a datas para campanhas, e eleições, no respeito escrupuloso dos resultados, e não confundem alternativa com alternância, num exercício de terrorismo político cujas fronteiras do Estado de Direito Democrático não permite e é implacável no seu combate.
São demasiadas fragilidades de Marcolino Moco para que possa liderar uma oposição intelectual, em todas as anotações do seu curriculum nada consta para lá de uma servidão indigente, sem obra feita, foi proscrito no MPLA, traiu José Eduardo dos Santos, tem uma dor violenta de corno de João Lourenço, e ontem mesmo escreveu que confiou em 2022 no bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, isto porque agora vai apanhar boleia no PRA-JA de Abel Epalanga Chivukuvuku.
Não conheço João Lourenço, nunca vi nem falei com Fernando Miala, não sou militante do MPLA, sou dissidente da UNITA, a ela me entreguei muito antes da Independência, sei como se faz ruído, mas conheço a capacidade de resiliência, e nunca me surpreenderam fugas como as de Sachipengo Nunda, os preparativos de fuga de Chilingutila, nem a saturação de Jorge Valentim, mas já me apanhou desprevenido a traição desenhada por Eugénio Manuvakola, com as retaguardas de Lukamba “Miau” Gato e Abel Chivukuvuku, a táctica de Kamalata Numa nunca foi valorizada por ser o boçal de serviço.
É esta oposição que João Lourenço não tem que temer, basta que reforce a legalidade para prevenir surpresas, os tempos mudaram e esbateram-se as camuflagens, daí o pânico na clandestinidade, resta-lhes a propaganda ridícula que faz de um buraco junto de uma ponte intacta, para promoverem a maior idiotice vista em política que só poderia ser encabeçada pelo cabeçudo Liberty Chiyaca.
Basta higienizar o MPLA, o caminho está livre, vamos todos perfumar o Cinquentenário da nossa Independência com festa rija de onde exala a fragrância da Nova República.