O jornalista/activista da UNITA chama-nos “patrulheiros”. É bem-vindo o epíteto. Somos patrulheiros da ignorância e má-fé, e com todo o orgulho.
Em Angola, infelizmente, o combate político não consegue ultrapassar a ignorância e má-fé, e isso tem de ser superado. Estamos cá com essa função.
Um exemplo de pura ignorância surge no jornal pago pelo Filomeno dos Santos. Tem uma das notícias mais burras do século. Afirma que Angola tem uma das taxas de juro de empréstimos às instituições financeiras mais altas do mundo. Afirma que a taxa de juro estabelecida pelo BNA de 19% é a 14ª mais elevada do mundo e compara com outras taxas. É uma total ignorância da economia. O jornal está a comparar taxas nominais que não querem dizer nada. O que tem de fazer é comparar taxas reais (o valor nominal subtraído da taxa de inflação). É por esse método que se sabe se a taxa é alta ou baixa. Em Angola, a taxa BNA é 19%, se a taxa de inflação for 29%, quer isto dizer que a taxa real é de -10%, o BNA paga às empresas para lhes emprestar dinheiro….é uma taxa baixíssima. Noutro país que tenha uma taxa de referência de 10%, mas uma inflação de 1%, a taxa real é de +9%. Uma taxa realmente alta. Portanto, Angola com uma taxa BNA de 19% pode ter uma taxa mais baixa do que um país com uma taxa de 10%. Tudo depende da inflação.
É por isso incompreensível que o jornal dito económico cometa um erro deste tipo. É pura ignorância ou tentativa de manipulação da opinião pública.
Exemplo de má-fé são os comentários que têm sido feitos à resposta de João Lourenço a uma jornalista na Lunda sobre a “invasão do M23”. Transformam uma pura brincadeira do Presidente da República, uma resposta irónica, bem disposta, num caso patológico. É muita maldade em acção.
Portanto, sim, são precisos patrulheiros para combater a ignorância e má-fé.