Os portugueses pró-UNITA e a retenção e repatriamento de Venâncio no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro

ByChumbo Grosso

15 de Março, 2025

Qualquer fenómeno ou acontecimento político que tenha lugar em Angola, é acompanhado com bastante atenção e dramatização mediática como sempre em determinados círculos portugueses anti-MPLA, sobretudo aqueles que sempre nutriram uma certa paixão a UNITA de Savimbi hoje mal liderada pelo “bwede” boca e medroso do ACJ.

É notável o esforço que a UNITA e particularmente ACJ tem envidado para pendurar-se no capital político de Venâncio Mondlane, nesta altura em que a FPU está morta e o mano Abel já está fazer as suas acrobacias com o seu PRA JA-SERVIR, a dinâmica empreendida por VM nas últimas eleições em Moçambique, garantiu-lhe alguns simpatizantes em Angola.

É neste sentido e contra todas as regras protocolares que a UNITA queria trazê-lo cá, oferecendo-lhe um palco para dar o seu “show” e eventualmente arrastar alguns simpatizantes e com isso a UNITA aproveitaria este cenário para vender a imagem de uma oposição forte, ou seja, VM não sabe que está ser usado pelos maninhos.

É óbvio que VM teria dificuldades de entrar em Angola, primeiro porque no quadro do que estava se passar em Moçambique após as eleições, a uma dada altura VM disparou contra o governo angolano, quando deveria manter uma estratégia de neutralidade em relação Angola, mas infelizmente ele escolheu o lado errado, talvez por razões de desespero preferiu aliar-se a ACJ, foi ACJ que criou- lhe condições para participar em LIVE’s e até mesmo outras facilidades quando estava no exílio.

VM talvez não sabe que ter se aliado a ACJ e agora declarar guerra aberta ao MPLA que até então preferiu não se imiscuir nos assuntos internos de Moçambique, foi um erro político que lhe pode custar caro a médio ou longo prazo, ele não pode pensar que a UNITA em 2027 vai ser poder e que lhe vai conceder apoio político suficiente para ele se tonar poder em Moçambique.

A retenção de VM, do ex-presidente do Botsuana e mais outras entidades protocolares no Aeroporto Internacional 4 Fevereiro, para os portugueses da UNITA Angola é uma ditadura e o incidente foi uma manifestação clara de violação de normas internacionais e de falta de democracia. Alto aí senhores! Isso não é mais a província ultramarina, Angola é um país soberano e decide quem entra e não entra neste país.

Onde estavam os portugueses da UNITA, quando a Itália reteve e prendeu Carles Puigdemont a pedido de Espanha em 2021? A Espanha e Itália são ditaduras?

Em 2009, o político holandês Geert Wilders foi impedido de entrar no Reino Unido e retido temporariamente no aeroporto de Heathrow, devido a suas posições anti-islâmicas? Neste caso, o regime inglês comportou- se como uma democracia?

O comediante e ativista francês Dieudonné, conhecido por suas posições controversas e antissemitas, foi barrado e impedido de entrar no Canadá num voo vindo da França. Foi um acto democrático? Podemos considerar Canadá como uma ditadura?

Esses casos mostram que barreiras diplomáticas e políticas podem levar à retenção de figuras públicas em aeroportos, dependendo das circunstâncias. É preciso as vezes encontrar dois pesos e duas medidas.

Quero ver se André Ventura candidatar-se para as presidências, se as estruturas portuguesas não vão usar recursos antidemocráticos para travar o homem do CHEGA de modos a evitarem que extrema-direita chegue a presidência.

Tudo resto entre os mwangoles é compreensível nestas circunstâncias a emoção fala mais alto que a razão, sobretudo nas redes sociais. Por um lado, porque maior parte da população é jovem e alguns são fanáticos do VM, segundo porque a UNITA de ACJ queria tirar proveito ao capital arruaceiro de VM e viu os seus desideratos frustrados.